Imprensa divulga falsas informações sobre a greve dos bancários
Da Agência Fenae
Ler TudoPor Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT
Ler TudoA APCEF/SP tem recebido diversos relatos de empregados que têm sido pressionados pelos Escritórios de Negócios para voltar ao trabalho. São vários os artifícios utilizados pelos gestores da Caixa a fim de forçar o retorno dos bancários às unidades – desde telegramas até telefonemas para a casa dos pais dos trabalhadores.
A Caixa tem tentado, de todas as formas, confundir e pressionar os empregados por meio, até, de deturpações de decisões judiciais.
“É importante esclarecer que a determinação do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo sobre o não-cumprimento da ordem judicial – que garante a abertura e o atendimento ao público – é destinada aos sindicatos dos bancários e ao banco. O argumento que tem sido usado, de que o descumprimento da ordem implicará sansões àqueles que lhe derem causa, é ilegal” – esclareceu a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus
“Não vamos desistir diante de mais essa barreira imposta pela direção da Caixa. Pelo contrário, é hora de nos fortalecermos ainda mais na luta. A hora é agora!” – finalizou Fabiana.
Bancários decidiram, em assembléia, na tarde de 5 de outubro, na capital, pela continuidade da greve.
Depois da assembléia, os trabalhadores participaram de uma passeata pelas ruas do centro.
Nova assembléia está marcada para 6 de outubro, quarta-feira, às 16 horas, na Quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região – Rua Tabatingüera, 192, centro, capital.
Confira o quadro de paralisação das agências da Caixa no Estado, em 4 de outubro, segunda-feira:
Ler TudoNova assembléia está marcada esta quinta-feira, 7 de outubro, às 16 horas, na Quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região – Rua Tabatingüera, 192, centro, capital.
Ler TudoConfira o quadro de paralisação das agências da Caixa no Estado, em 5 de outubro, terça-feira:
Ler TudoA Executiva Nacional dos Bancários reuniu-se, em 5 de outubro, em Brasília, com a direção da Caixa Econômica Federal, depois com o Banco do Brasil.
Os bancários cobraram da Caixa e do Banco do Brasil a reabertura das negociações específicas, com a mesma pauta já entregue no início da Campanha Salarial, em junho.
Na chegada ao prédio da Caixa, onde a reunião estava agendada, a Executiva Nacional foi recebida por um forte aparato da Polícia Federal. Estavam armados com metralhadoras e revólveres para conter qualquer manifestação.
Assim que foi atendida pela direção do banco, a Executiva Nacional reclamou da ação ostensiva da Polícia Federal e exigiu a imediata retirada dos policiais. Os representantes da empresa atenderam ao pedido dos bancários e liberaram a entrada do prédio.
Quanto às reivindicações, a direção da empresa afirmou, apenas, que pretende estudá-las, deixando os bancários sem nenhuma resposta.
A mesma truculência já foi utilizada por outros administrados do banco. Em 1995, o então coordenador geral do Rio de Janeiro, Mário Haag, colocou jagunços e a polícia para impedir a greve no edifício da Almirante Barroso.
A greve nacional da categoria bancária entra nesta terça-feira, 5 de outubro, em seu 21º dia. Apesar da repressão dos banqueiros e das direções dos bancos públicos, que se utilizam de despachos judiciais e da polícia para barrar o movimento, empregados de todo o País permanecem de braços cruzados. Registram-se paralisações em 27 capitais e em algumas das principais cidades do interior.
Confira a lista das bases sindicais que mantêm a greve nesta terça-feira: Alagoas, Alegrete (RS), Alto Uruguai Catarinense (SC), Amapá, Amazonas, Angra dos Reis (RJ), Apucarana (PR), Bagé (RS), Bahia, Belo Horizonte (MG), Bento Gonçalves (RS), Brasília (DF), Cachoeira do Sul (RS), Camaquã (RS), Campos dos Goitacazes (RJ), Campo Mourão (PR), Carazinho (RS), Cariri (CE), Cataguases (MG), Caxias do Sul (RS), Ceará, Cornélio Procópio (PR), Criciúma (SC), Cruz Alta (RS), Curitiba (PR), Divinópolis (MG), Erechim (RS), Espírito Santo, Extremo Sul (BA), Florianópolis (SC), Frederico Westphalen (RS), Goiás, Governador Valadares (MG), Guaporé (RS), Guarapuava (PR), Horizontina (RS), Ijuí (RS), Ipatinga (MG), Itaperuna (RJ), Jequié (BA), Juiz de Fora (MG), Lajeado (RS), Londrina (PR), Maranhão, Niterói (RJ), Nova Friburgo (RJ), Nova Hamburgo (RS), Osório (RS), Paranavaí (PR), Pará, Passo Fundo (RS), Patos de Minas (MG), Pelotas (RS), Petrópolis (RJ), Piauí, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Rio do Sul (SC), Rio Grande (RS), Rio Pardo (RS), Rosário do Sul (SC), Santa Cruz do Sul (RS), Santa Maria (RS), São Miguel do Oeste (SC), Santa Rosa (RS), Santana do Livramento (RS), Santiago (RS), Santo Ângelo (RS), São Borja (RS), São Gabriel (RS), São Leopoldo (RS), São Luiz Gonzaga (RS), São Paulo (SP), Soledade (RS), Teófilo Otoni (MG), Tocantins, Toledo (PR), Três Rios (RJ), Umuarama (PR), Uruguaiana (RS), Vacaria (RS), Vale do Cal (RS), Vale do Paranhana (RS) e Vitória da Conquista (BA) – dados retirados do boletim eletrônico Fenae Net, de 5 de outubro.
Na noite de 29 de setembro, a presidência da Caixa encaminhou e-mail para os Escritórios de Negócios de São Paulo, Paraíba e Ceará determinando a convocação de todos os empregados vinculados a eles para o cumprimento da decisão da Justiça do Trabalho que garante a abertura e funcionamento de todas as unidades.
A nota da direção da empresa não informa, no entanto, que a Justiça determinou a presença de 60% dos funcionários em São Paulo, 40% no Ceará e 30% na Paraíba, e não de todos os funcionários.
É profundamente lamentável que a direção da Caixa venha utilizando-se do interdito proibitório para reprimir a greve.
É inaceitável que a direção de uma empresa pública com relevante papel social como a Caixa deixe de lado os princípios básicos de respeito aos trabalhadores e adote a mesma postura reacionária de banqueiros privados, utilizando-se do interdito proibitório contra os sindicatos de bancários e associações de pessoal, inclusive a APCEF/SP (veja quadros abaixo).
Ao recorrer ao interdito proibitório, denuncia-se o risco de posse e busca a defesa do patrimônio. Defesa do patrimônio contra quem? Contra os empregados da Caixa? Será que teremos de lembrar a essa diretoria que os empregados lutaram com todas as suas forças em defesa da Caixa? Não podemos admitir essa postura.
A nossa luta enfrentou os que tentaram destruir a Caixa, sucatearam a empresa e tudo fizeram para que ela fosse privatizada. Muitos daqueles gestores continuam em seus cargos e, esses sim, deveriam ser interditados.
Se há um conflito que levou à greve, o mínimo que se espera é que a direção da Caixa tenha uma postura digna, respeite os trabalhadores e negocie uma saída. Não sucumbimos à truculência da direita e não sucumbiremos nem aceitaremos esse desatino cometido por essa direção que é incapaz de administrar com tolerância e respeito uma greve absolutamente legítima, que não é só da Caixa, mas de todos nós bancários.
Em meio a uma Campanha Salarial conturbada, onde banqueiros afirmam não ter condições de cobrir as reivindicações dos bancários, diversos bancos, entre eles a Caixa, divulgaram aumentos nas tarifas cobradas de seus correntistas.
No caso da Caixa, as taxas sobem entre 10% e 33%, informou matéria da FolhaOnline, de 27 de setembro.