A Executiva Nacional dos Bancários reuniu-se, em 5 de outubro, em Brasília, com a direção da Caixa Econômica Federal, depois com o Banco do Brasil.
Os bancários cobraram da Caixa e do Banco do Brasil a reabertura das negociações específicas, com a mesma pauta já entregue no início da Campanha Salarial, em junho.
Na chegada ao prédio da Caixa, onde a reunião estava agendada, a Executiva Nacional foi recebida por um forte aparato da Polícia Federal. Estavam armados com metralhadoras e revólveres para conter qualquer manifestação.
Assim que foi atendida pela direção do banco, a Executiva Nacional reclamou da ação ostensiva da Polícia Federal e exigiu a imediata retirada dos policiais. Os representantes da empresa atenderam ao pedido dos bancários e liberaram a entrada do prédio.
Quanto às reivindicações, a direção da empresa afirmou, apenas, que pretende estudá-las, deixando os bancários sem nenhuma resposta.
A mesma truculência já foi utilizada por outros administrados do banco. Em 1995, o então coordenador geral do Rio de Janeiro, Mário Haag, colocou jagunços e a polícia para impedir a greve no edifício da Almirante Barroso.

Banco do Brasil
A reunião com a diretoria do Banco do Brasil foi ainda pior. Os representantes do banco foram bastante intransigentes. Disseram que não pretendem interferir para que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) reabra o processo de negociação, que não continuarão com as negociações específicas – pois já avançaram nos pontos em que podiam – e, ainda, disseram que descontarão os dias parados.

Não à intervenção da Justiça! Defendemos a livre negociação!
É bom lembrar que o julgamento do dissídio não é solução para o impasse.
A posição da APCEF/SP é de que não deve haver intervenção da Justiça em processos de negociações. Experiências anteriores de ajuizamento de dissídio, inclusive na Caixa Econômica Federal, não garantiram reajuste salarial.
Não existe legislação alguma que determine reajuste salarial, muito menos aumento real, nem reposição da inflação. Além disso, a Justiça, normalmente, não interfere em cláusulas sociais nem Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Em 2000, a Caixa recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). A Justiça determinou zero de reajuste e produtividade. Os empregados receberam apenas abono.

Na foto: a polícia de Mário Haag, em 1995 (à esquerda), e a de Jorge Mattoso, em 2004

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