Por Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT

A Executiva Nacional dos Bancários teve um dia bastante movimentado hoje, dia 5, em Brasília. Os representantes dos trabalhadores reuniram-se com a direção da Caixa Econômica Federal, depois com o Banco do Brasil e, ainda, com o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP).
Os bancários cobraram da Caixa e do Banco do Brasil a reabertura das negociações específicas, com a mesma pauta já entregue no início da Campanha Salarial, em junho.

• Truculência na Caixa e Banco do Brasil

– Caixa: na chegada ao prédio da Caixa, onde a reunião já estava agendada, a Executiva Nacional foi recebida por um forte aparato da Polícia Federal. Armados com metralhadoras e revólveres para conter qualquer manifestação, os policiais assustaram os bancários.
Assim que foi atendida pela direção do banco, a Executiva Nacional reclamou da ação ostensiva da Polícia Federal e exigiu a imediata retirada dos policiais. Os representantes da empresa atenderam ao pedido dos bancários e liberaram a entrada do prédio.
Quanto às reivindicações, a direção da empresa afirmou, apenas, que iria estudá-las, deixando os bancários sem nenhuma resposta.
– Banco do Brasil: se a Polícia Federal assustou os bancários na Caixa, no Banco do Brasil o encontro foi ainda pior. Embora não houvesse ameaça de violência física, a Executiva Nacional sofreu com a intransigência dos representantes do banco, os quais disseram que não vão interferir para que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) reabra o processo de negociação, que não vão continuar com as negociações específicas – pois já avançaram nos pontos em que podiam – e, ainda, disseram que vão descontar os dias parados.

• Intervenção de João Paulo

Entre o encontro com a Caixa e com o Banco do Brasil, a Executiva Nacional reuniu-se com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, e denunciou a repressão da Polícia Federal no prédio da Caixa e a violência da Polícia Militar por todo o País, principalmente em São Paulo, onde grevistas têm sido reprimidos com socos e pontapés pela PM, além dela prender vários sindicalistas. Os bancários ainda reclamaram para o deputado sobre a Fenaban e o governo federal, que passados 21 dias de greve ainda não aceitaram sentar-se à mesa com os grevistas para negociar, nem sinalizaram para uma melhora na proposta. A Executiva Nacional denunciou, também, a prática abusiva dos bancos em reprimir a greve com um instrumento jurídico que não é voltado para estes fins e que nem ao menos é dado pela Justiça do Trabalho: o interdito proibitório.
João Paulo Cunha comprometeu-se, ao final do encontro, a entrar em contato com a Fenaban para pedir a reabertura das negociações e com as direções do Banco do Brasil e da Caixa para que os dois maiores bancos públicos tentem solucionar o impasse das reivindicações específicas.

• Executiva Nacional: nova reunião

A Executiva Nacional dos Bancários volta a reunir-se nesta quarta-feira, dia 6 de outubro, às 10 horas, na sede da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), em Brasília, para definir as próximas estratégias da greve. À tarde, os bancários têm encontro marcado com os senadores Paulo Paim, às 15 horas, e Cristóvão Buarque, às 17 horas.

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