Na noite de 29 de setembro, a presidência da Caixa encaminhou e-mail para os Escritórios de Negócios de São Paulo, Paraíba e Ceará determinando a convocação de todos os empregados vinculados a eles para o cumprimento da decisão da Justiça do Trabalho que garante a abertura e funcionamento de todas as unidades.
A nota da direção da empresa não informa, no entanto, que a Justiça determinou a presença de 60% dos funcionários em São Paulo, 40% no Ceará e 30% na Paraíba, e não de todos os funcionários.

• Pressão

No e-mail, a presidência informa que os dias de paralisação estão sendo registrados como faltas injustificadas, com conseqüentes efeitos financeiros e na vida funcional dos empregados em greve, além de afirmar que o descumprimento da ordem judicial “implicará sansões àqueles que lhe derem causa”.
“As atitudes da direção da Caixa, desde o início da greve, têm sido de total desrespeito aos empregados. Pressão como a demonstrada no e-mail transmitido aos gestores dos três Estados, que tenta intimidar o movimento grevista, tem sido constante. Primeiro foram as tentativas de forçar os bancários a voltar ao trabalho de qualquer maneira, convocando funcionários em férias, ligando para a casa dos empregados, inclusive de madrugada… Depois vieram os interditos proibitórios. Não é de se espantar, agora, esse tipo de coação por meio do correio eletrônico, ignorando a deliberação da assembléia de ontem, quarta-feira, de continuidade da greve mesmo com a determinação de abertura parcial das unidades pelo Tribunal Regional do Trabalho” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.

• Atendimento à população

Um dos motivos alegados pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), em 29 de setembro, para determinar a abertura de todas as agências do Estado a partir de hoje, foi a necessidade de manter o atendimento durante a greve, sem prejuízo para a população.
“Se os próprios banqueiros têm divulgado que a greve não afeta a população que precisa realizar serviços bancários, por que, então, conceder liminar para garantir que os serviços prestados à população sejam mantidos? A própria Caixa afirmou, recentemente, que apenas 4% de suas agências estariam fechadas. Isso significa que não estamos infringindo a determinação judicial mesmo antes dela existir. Portanto, a manutenção da greve é legítima, assim como o movimento grevista” – afirmou Fabiana.
“Se alguém está desrespeitando a lei não somos nós, bancários. Afinal, a Constituição Federal garante o direito de greve aos trabalhadores” – falou a diretora-presidente da APCEF/SP.

• O passado está presente

A postura adotada pela atual direção da Caixa em nada se difere das administrações anteriores, em especial as do governo Collor e FHC.
“Muitos dos que estão sendo ameaçados hoje lutaram bravamente, durante o período de tentativa de privatização do banco, para defender a empresa. Também, agora, não vamos recuar diante das ameaças” – afirmou Fabiana Matheus.

Compartilhe: