Na última sexta-feira (6/10), a direção da Caixa divulgou o regulamento do Programa Bônus Caixa 2023.

O Bônus Caixa, implementado pela direção do banco na gestão de Gilberto Occhi em 2017 (ano da chamada “PLR de R$ 200” paga à parte aos empregados), foi criado pela administração do banco como uma forma de promover uma política de remuneração direcionada aos segmentos considerados mais importantes pela empresa e definida unilateralmente pelo banco, modelo similar à extinta PRX.

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Em todos os últimos anos, o pagamento do bônus ocasionou problemas e insatisfação entre os empregados, seja pela dificuldade em atingir os parâmetros definidos pela empresa seja por alterações unilaterais no regulamento. Houve até mesmo situação de devolução de parte dos valores recebidos em decorrência do reprocessamento dos resultados dos parâmetros adotados pelo programa.

Neste ano, mais uma vez, a Caixa definiu unilateralmente o regulamento do programa, mantendo um modelo que exclui parte significativa dos empregados. Além disso, a direção do banco definiu um orçamento de R$ 250 milhões para o Bônus Caixa.

A situação mostra a incoerência da direção: enquanto se mantém intransigente em atender demandas justas dos empregados – como nos debates sobre o aumento de sua participação no custeio do Saúde Caixa (inclusive assumindo custos que são de sua responsabilidade, como o de tratamento de doenças ocupacionais e decorrentes de afastamentos por acidentes de trabalho, além das despesas administrativas), sobre o retorno da nomeação efetiva para as funções de caixa e de tesoureiro e sobre a definição da promoção por mérito -, a administração do banco resolve manter um programa que nasceu problemático e que divide os empregados em duas classes.

“Mais uma vez, a direção do banco toma uma decisão que mantém a política adotada pelas administrações anteriores e que distancia seu discurso de aplicar uma ‘gestão humanizada’ da prática de suas ações. O Bônus Caixa é uma releitura da PRX e nasceu para reduzir a importância da PLR, que é negociada. Não parece razoável que, com tantas limitações que alega para cumprir as demandas, mantenha um programa extremamente custoso e que divide os empregados. Por mais que a direção do banco alegue tratar-se de rubricas diferentes, sua decisão mostra que há recursos disponíveis, o que não há é vontade política de buscar soluções para as demandas dos empregados”, criticou o diretor-presidente da APCEF/SP, Leonardo Quadros.

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