No fim de maio, a revista IstoÉ publicou uma matéria com denúncias sobre um golpe, aplicado na Funcef, envolvendo o senador Paulo Octávio (PFL-DF) e ex-diretores do fundo de pensão.
Paulo Octávio, apontado como um dos maiores construtores da região Centro-Oeste, é alvo de um relatório de auditores da Caixa Econômica Federal, feito a pedido do Ministério Público Federal. Ele é acusado de ter se apropriado indevidamente de R$ 160 milhões de um megaprojeto que construiu, com recursos da Funcef, cerca de 700 apartamentos em Brasília.
De acordo com a revista IstoÉ, os procuradores do Distrito Federal Carlos Henrique Martins e Lauro Cardoso Pinto ajuizaram, em 20 de maio, uma ação de improbidade administrativa contra o senador Paulo Octávio e toda a antiga diretoria da Funcef.
Na segunda metade da década de 90 – de acordo com matéria publicada na revista FenaeAgora de maio/junho -, a Funcef realizou mais de 20 operações que resultaram em prejuízo. Foram investimentos financeiros e participações em empreendimentos.
O resultado dessa má-administração é que praticamente todos os diretores que passaram pela Fundação, na segunda metade da década de 90, hoje respondem a processos por denúncias de fraudes e corrupção.
Diversas operações do fundo de pensão estão sob investigação do Ministério Público, a pedido da própria Funcef.
Para realizá-la, quatro auditores da Caixa – conforme solicitação do Ministério Público – estão trabalhando na Funcef, onde há uma sala com a infra-estrutura necessária e o auxílio de dois funcionários da Fundação.
Os auditores têm acesso à documentação da época e aos sistemas de acompanhamento financeiro.
Em 2001, a legislação para os fundos de pensão tornou-se mais rigorosa diminuindo, assim, a possibilidade de má-administração. Também foram criados mecanismos para eleição de representantes dos trabalhadores nos Conselhos Fiscal e Deliberativo.
Atualmente, o diretor-presidente da Fenae, José Carlos Alonso, é um dos conselheiros eleitos da Funcef.
Em março deste ano, com o objetivo de não deixar nenhum negócio sem análise, o Conselho Deliberativo do fundo de pensão solicitou um levantamento das operações que ainda não sofreram auditoria, para que isso seja feito por iniciativa da própria Fundação.
“A diretoria da APCEF/SP defende que todas as denúncias de má-administração sejam apuradas e, caso sejam constatadas, que os responsáveis sofram as punições cabíveis, sejam eles quem forem” – comentou o diretor da Associação Sérgio Takemoto.

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