Diante da pressão para reduzir as filas nas agências, a direção da Caixa tomou uma decisão, no mínimo, inusitada. Avisou os empregados que, a partir desta terça-feira (5), devem colocar o máximo possível das pessoas que aguardam atendimento dentro das agências. Na prática, a ordem mascara as filas e as aglomerações, transferindo-as para o interior das unidades.

Se por um lado a decisão traz um pouco mais de conforto a quem está prestes a ser atendido, por outro aumenta o risco para a saúde coletiva. Aglomerações em ambientes fechados, como são as agências bancárias, representam um considerável aumento no risco de contágio da Covid-19, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A decisão – que demonstra a falta de planejamento da direção – mascara o problema, sem resolvê-lo. A Caixa precisa, isso sim, investir em tecnologia, sanar falhas do aplicativo e informar adequadamente a população, além de planejar com mais cuidado as ações que envolvem pagamentos de benefícios.

O próprio presidente admitiu que não havia sido dimensionada corretamente a quantidade de pessoas que recorreriam ao benefício. Também comentou que o pagamento do Auxílio Emergencial coincidiu com o do Bolsa Família, o que pode ter contribuído para aumentar as filas.

Monitoramento de filas – A APCEF/SP recebeu relatos de que há chefias que estão monitorando o preenchimento das cadeiras por meio das câmeras das agências.

Denúncia aos órgãos de saúde – Caso a empresa insista no modelo, as entidades que representam os trabalhadores da Caixa farão denúncias aos órgãos de saúde e solicitar audiência com o secretário de Saúde do Estado de São Paulo para denunciar a aglomeração dentro das agências, a fim de preservar a saúde de dos empregados e clientes.

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