As filas nas agências da Caixa voltaram a aparecer em muitas cidades pelo Brasil. O pagamento da parcela do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) Emergencial e as das parcelas residuais – no valor de R$ 300 – do Auxílio Emergencial têm sido os principais motivos. As entidades representativas da categoria apontam que a falta de planejamento do governo deixa a população confusa e contribui para o aumento das filas. A ausência de divulgação do calendário de pagamento dos beneficiários do Cadastro Único e dos trabalhadores que se inscreveram pelo aplicativo e site agravam a situação. Outro motivo apontado pelos representantes dos empregados é a instabilidade no sistema da Caixa.

Com os aplicativos e o banco digital sendo testados em plena pandemia, onde o serviço já está saturado, a falta de trabalhadores se tornou evidente. “A Caixa tem um déficit de quase 20 mil e não houve reposição. A falta de empregados compromete a qualidade do atendimento à população, especialmente neste momento de crise como o que estamos vivendo agora”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto.

A contratação de mais trabalhadores foi reivindicada durante as negociações da Campanha Salarial de 2020. Segundo a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, a Caixa precisa dispor de mais recursos para a área de Tecnologia da Informação (TI). “A Caixa precisa de mais empregados porque a demanda não está diminuindo, e só piora com a falta de planejamento da direção da Caixa”, avaliou a coordenadora.

A falta de planejamento do governo não é um comportamento recente. Na última semana, Sergio Takemoto, definiu como preocupante a situação e temia a volta das filas. Para ele, o governo segue sem ouvir as entidades e a sociedade. “Os trabalhadores que precisam do benefício estão sem o calendário até agora. Não há dúvidas que essa população irá buscar à Caixa para esclarecer as dúvidas. O empregado da Caixa da linha de frente é o principal apoio de quem precisa esclarecer os motivos de não estar recebendo o auxílio, uma vez que o governo não assume esse papel. Parece que após sucessivos erros, o governo ainda não aprendeu, segue ignorando essa desorganização e expondo os beneficiários e os empregados da Caixa ao risco de contágio da Covid-19”, afirmou o presidente da Fenae.

Takemoto ressaltou que desde o início da pandemia a Fenae e o movimento sindical alertam para o problema das filas e reivindicam uma campanha de esclarecimento e apoio de outras áreas de governo para a organização das filas e aglomerações em agências da Caixa.

“O governo vem ignorando as diversas reivindicações que nós da Fenae e o movimento sindical fizemos desde o início do pagamento do auxílio e continua submetendo a população e os trabalhadores da Caixa às situações que vêm se repetindo”, destacou Takemoto.

Sem planejamento, jornadas de trabalho seguem extensas

A falta de planejamento do governo tem causado exaustão entre os empregados da Caixa. Segundo a coordenadora da CEE/Caixa, os trabalhadores estão atuando em jornadas de 10 e 12 horas, além dos sábados.

A Caixa também assumiu, em mesa de negociação, o compromisso de empenhar-se para excluir da portaria o calendário de sábado e, para o momento, trabalhar ao menos sábado alternativamente, mas não está cumprindo.

“Vemos que não existe necessidade de abertura das agências aos sábados, isso não tem aliviado as demandas que tem chegado às agências durante a semana e pior, os empregados estão extremamente estafados. A Caixa tem que contratar mais empregados isso vai melhorar não só as condições de trabalho para quem está na linha de frente e consequentemente a população também será mais bem atendida”, disse Fabiana.

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