A Secretaria de Segurança Pública divulgou a estatística da criminalidade do primeiro semestre de 2010 no Estado de São Paulo. Os números revelaram 120 roubos a bancos, um crescimento de 4,34% em comparação ao mesmo período de 2009 no Estado, quando foram registradas 115 ocorrências.

Na cidade de São Paulo, a evolução da violência foi ainda maior. Nos primeiros seis meses deste ano, foram registrados 86 assaltos a bancos, um aumento de 13,15% frente aos 76 casos verificados no primeiro semestre do ano passado.

"Essa estatística é assustadora e mostra que as medidas adotadas tanto pelo governo tucano, que é responsável pela segurança pública no Estado, como pelas instituições financeiras, que devem garantir segurança dentro dos seus estabelecimentos, foram insuficientes para proteger a vida de bncários, vigilantes e clientes", avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária. "É preciso que o governo e os bancos ampliem os investimentos em segurança para eliminar riscos, prevenir ataques das quadrilhas e reduzir a sensação de medo e insegurança", propõe.

Itaú Unibanco na contramão

Esse quadro, que já é preocupante, poderá piorar ainda mais. O Itaú Unibanco está retirando as portas giratórias das suas agências. O banco pretende remover esse equipamento em até 70% das cerca de 5 mil agências em todo país, mantendo-a somente em praças onde há legislação municipal ou estadual e em regiões mais perigosas ou próximas de rotas de fuga.

"O banco não ouviu os seus funcionários, chamados de colaboradores, nem dialogou com o movimento sindical. Os clientes também não foram consultados. Aliás, o banco chegou a fazer uma oportuna propaganda na televisão, explicando as vantagens da porta de segurança e dando orientações sobre os procedimentos. O processo de fusão do Itaú e Unibanco em andamento precisa valorizar as pessoas", aponta o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

"Os bancos lucraram R$ 37,4 bilhões no ano passado. Além disso, dados do Banco Central revelam que hoje 31% das operações são realizadas pela internet, reduzindo ainda mais os custos dos bancos. Parte desses ganhos precisa ser repassada para a melhoria da segurança, a geração de empregos, a redução de juros e tarifas e a valorização dos trabalhadores, como forma de responsabilidade social", sustenta o dirigente sindical.

"Esperamos que os bancos façam a sua parte na Campanha Nacional dos Bancários 2010, atendendo as reivindicações da categoria. No primeiro semestre deste ano, 11 pessoas morreram em ataques a bancos no País. O maior patrimônio que existe é a vida das pessoas e ela precisa ser colocada em primeiro lugar", conclui o presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

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