Do Seeb-SP

Em São Paulo, manifestação abrangeu 51 agências e sete concentrações no centro velho na véspera de negociação com a Fenaban. Votação simbólica em assembleia de rua referenda "não" ao índice de 6%

Em todo o País, bancários promovem manifestações para deixar claro aos bancos: a proposta de 6% – 0,7% de aumento real – é insuficiente. Em São Paulo, o Dia Nacional de Luta ocorreu em 51 agências e 7 concentrações do centro velho. Os bancários ainda compareceram na Praça do Patriarca, às 11 horas, para uma votação simbólica em assembleia de rua que referendou o "não" ao índice apresentado.


Foto da esquerda (Seeb-SP – Maurício Morais) – ato na Praça do Patriarca,
no centro da capital, com a participação de dirigentes da APCEF/SP

"Essa atividade nacional tem como objetivo mostrar que os bancários não estão de brincadeira e vão à luta por uma proposta decente. Com crise ou sem crise vemos que os bancos estão lucrando muito e compõem o setor da economia que mais ganha, disparado. Portanto é inaceitável a proposta apresentada até o momento", afirmou a presidenta do Sindicato Juvandia Moreira.
Na véspera de mais uma rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban), nesta terça, dia 4, os trabalhadores deixam claro que se querem mesmo resolver a Campanha na mesa de negociação, como dizem, os bancos têm de apresentar proposta muito melhor.
"O índice de 6% é muito ruim se levarmos em consideração o que passamos no dia a dia e o que os bancos lucraram”, disse uma bancária. Outro trabalhador afirmou que apoia a mobilização organizada pelo Sindicato e que gostaria que tudo fosse resolvido logo. “No entanto, sabemos que é a postura dos banqueiros que nos leva à paralisação. Se continuar com essa proposta, não terá outro jeito”, afirmou.
Juvandia, uma das coordenadoras do Comando, também ressalta que "os bancos precisam atender ainda outras demandas fundamentais à categoria, como contratar mais para reduzir a sobrecarga e melhorar as condições de trabalho, com respeito à jornada e o fim das metas abusivas”. A presidenta acrescenta: “orientamos os bancários a acompanhar as informações sobre a Campanha pela Folha Bancária e pelo site do Sindicato e não acreditar nos informativos internos dos bancos, que acabam confundindo os trabalhadores.”
Nas sete rodadas realizadas desde o início das negociações, em 7 de agosto, os bancos avançaram pouco em relação às reivindicações da categoria (leia abaixo). “A pauta dos bancários foi definida democraticamente, em encontros de trabalhadores realizados por todo o Brasil. É totalmente factível e reflete as necessidades da categoria. Precisa ser respeitada pelos bancos”, completa a presidenta do Sindicato, destacando: “Os ganhos reais dos trabalhadores são o principal motor da economia nacional e os bancos estão devendo à sociedade brasileira. É um dos setores que menos cria postos de trabalho e, por enquanto, querem pagar um dos menores reajustes aos seus funcionários. Não vamos aceitar!”

Veja abaixo outros itens da proposta global dos bancos

Assédio moral
– O instrumento de combate ao assédio moral será mantido, mas tem de ser aprimorado. Os trabalhadores querem que o programa seja mais divulgado para os bancários e que o processo de apuração das denúncias tenha mais efetividade. Também foi cobrado que todos os bancos participem. O Banco do Brasil não aderiu ao instrumento. O Comando apontou, ainda, que o instrumento de combate é só uma medida e que para pôr fim ao assédio moral é preciso acabar com as metas abusivas.

Igualdade
– O censo da categoria será refeito. A Fenaban se comprometeu em, ao longo de 2013, fazer o planejamento, preparação e sensibilização dos trabalhadores para aplicação da pesquisa no início de 2014. Os debates entre representantes dos bancos e dos bancários serão na mesa temática de igualdade de oportunidades. O objetivo é saber das condições das mulheres, dos negros, das pessoas com deficiência, e trabalhar para que todos tenham as mesmas oportunidades nas instituições financeiras.

Segurança
– A proposta do Comando de manter projeto piloto de segurança foi aceita pela Fenaban, em local ainda a ser definido. O objetivo é cruzar estatísticas do passado e do presente que mostrem a importância das ações implementadas, como portas de segurança e biombos de proteção entre os caixas e entre caixas e as filas. Um grupo de trabalho com representantes dos bancários e dos bancos acompanhará e avaliará trabalho para estabelecer medidas que possam ser implementadas no Brasil inteiro.

Emprego
– Os bancos se negaram a debater emprego, informando que essas questões devem ser resolvidas em acordo coletivo de trabalho, ou seja, banco a banco. Diante disso, o Comando enviará carta a cada uma das instituições que compõem a mesa da Fenaban, solicitando espaço para discutir demandas fundamentais à categoria, como mais contratações, fim da rotatividade, da terceirização e das dispensas imotivadas, respeito à jornada de seis horas, universalização dos serviços bancários.

Saúde
– Os bancos se comprometeram com atuação emergencial junto aos trabalhadores afastados que ficam sem salário e benefício até a perícia do INSS ou devido à alta programada. Cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho deve definir quanto, como e até quando pagar os salários dos afastados. Representantes dos bancários e da Fenaban procurarão a Previdência para cobrar solução para o problema. Os bancos também devem se posicionar sobre o desrespeito ao direito à reabilitação após adoecimento.

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