Nos últimos minutos antes do Natal, a direção da Caixa reservou mais uma surpresa aos empregados: na caixa postal das unidades, chegou um e-mail informando que o “monitoramento da área de pessoas acerca dos registros curriculares” havia identificado “situação atípica para determinados lançamentos vinculados a essa unidade”.

Alertas são sempre importantes para que se mantenha o compliance nas operações realizadas. Porém, não parece ter sido este o caráter da mensagem, já que, pela apuração realizada pela Apcef/SP, o mesmo e-mail foi encaminhado indistintamente a diversas unidades, sem qualquer identificação de qual seria a “irregularidade” identificada. Além disto, a mensagem exigia que a chefia da unidade cumprisse exigências que não estavam previstas em qualquer normativo ou orientação da empresa.

A mensagem, a qual a Apcef/SP teve acesso, lança suspeição sobre todos os empregados e, ao invés de possuir um teor de prevenção ou orientação, tem um teor persecutório e ameaçador, tom que marcou a vida dos empregados especialmente durante a gestão passada, no governo Bolsonaro.

“É inadmissível que a área de pessoas tenha atitudes como esta, que remete a momentos muito difíceis da história de nossa empresa. Encaminhamos um ofício à Vipes cobrando esclarecimentos e providências. Além disso, o fato levanta outros pontos: a empresa cobra que se realizem as rodas de diálogo, que são importantes, mas sequer oferece às unidades dotação de horas extras para tornar sua realização mais viável. Isto também precisa mudar”, disse o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

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