Proposta que acaba com a exclusividade dos empregados assumirem diretorias já havia sido feita, mas foi retirada devido à resistência dos empregados. A mudança no estatuto da Caixa, proposta pelo governo e submetida ao Conselho de Administração do banco, configura um golpe.

A reunião que aprovou a alteração do estatuto foi realizada na segunda-feira 17, mas a medida, para vigorar, precisa ser aprovada em Assembleia Geral do banco, ainda sem data marcada. Segundo relatos, a presidenta do Conselho, Ana Paula Vescovi, indicação política do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem inclusive tencionando os demais membros a aceitarem as mudanças.

A representante dos bancários, Rita Serrano, por outro lado, marcou sua posição contra a mudança.

“Esta alteração poderá levar ao aparelhamento da Caixa, há quase 30 anos esses cargos são preenchidos exclusivamente por empregados concursados do banco, agora irão colocar gente do mercado que não tem comprometimento algum com os direitos dos trabalhadores e com a função social da instituição, é mais um passo rumo a privatização”, apontou o diretor-presidente da APCEF/SP Kardec de Jesus Bezerra.

O que muda

As mudanças no estatuto propostas permitirão que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) fossem ocupadas por não concursados do banco. A proposição gerou manifestações de repúdio de entidades como Fenae, Apcefs, Advocef e sindicatos de bancários.

Esta iniciativa já havia sido rechaçada pelos empregados e suas entidades representativas em 2017. Em maio deste ano, a imprensa ventilou o retorno da proposta, o que gerou ações populares contra conselheiros. Em agosto, o Conselho de Administração anunciou que os próximos vice-presidentes serão escolhidos em processo seletivo externo, conduzido por consultoria privada.

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