Segundo divulgado pela grande imprensa, o Conselho de Administração (CA) da Caixa deve votar nova proposta de alteração do Estatuto, que permite que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) sejam ocupadas por não concursados do banco.

A alteração que, segundo a imprensa, seria apreciada dia 13, gerou manifestações de repúdio de entidades como Fenae, APCEFs, Advocef e sindicatos de bancários e foi adiada.

Há quase 30 anos, esses cargos são preenchidos exclusivamente por empregados concursados do banco.

A proposta que acaba com a exclusividade dos empregados assumirem diretorias da Caixa já havia sido feita durante o debate do novo Estatuto, em 2017, mas foi retirada do texto devido à resistência de entidades e bancários. Em maio, a imprensa ventilou o retorno da proposta, o que foi alvo de ações populares que conselheiros respondem até hoje.

“Essas medidas atendem exigências do ‘mercado’ e preparam o banco para a privatização, além de abrir espaço para indicações que não atendam ao interesse público”, explicou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra. Melhorias na governança são bem-vindas. Porém, não podem ser feitas à custa do enfraquecimento da empresa e da desvalorização dos empregados.

Presidente e vice-presidentes – Atualmente, o presidente do banco é indicado pelo governo e os vice-presidentes, de acordo com a alteração feita no estatuto ano passado, são nomeados pelo próprio Conselho de Administração após seleção externa.

Em agosto, o Conselho de Administração anunciou que os próximos vice-presidentes serão escolhidos em processo seletivo conduzido por consultoria privada.

“Será mesmo que em meio a mais de 85 mil trabalhadores não há ninguém capaz de dirigir a Caixa?”, questionou o diretor da APCEF/SP Leonardo Quadros. “Será que alguém acredita que uma pessoa oriunda do ‘mercado’ vai, a partir de sua indicação e posterior nomeação na Caixa, passar a se orientar pelo interesse público e não mais pelo dito interesse ‘de mercado’?”, completou.

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