Os bancários da Caixa insistem em dizer que a greve não é apenas por melhores salários, mas também por melhores condições de trabalho. A sobrecarga é uma reclamação recorrente e esteve em pauta na Superintendência Regional da Caixa, em Pinheiros.

No complexo na Rua Pedroso de Morais que aloca cerca de 70 trabalhadores e também comporta uma agência, foi realizado um protesto em que estenderam um varal de fotos em frente ao prédio que mostram as péssimas condições físicas das instalações e também foi reivindicado, além de um local digno, o fim da sobrecarga de trabalho, resultado do plano do banco público de expandir sua capilaridade.

Atualmente, a Caixa possui cerca de 2,9 mil agências em todo o território nacional e pretende dobrar esse número até 2015. O problema é que o número de contratações não acompanha o crescimento do número de agências. Muitas das novas agências têm de 5 a 9 funcionários, gerando alta sobrecarga e dificuldades até para ir ao banheiro e almoçar.

Um funcionário da agência da Rua Pedroso de Morais relatou que em sua agência a situação ainda não atingiu o limite – têm cerca de 40 funcionários, mas já tiveram mais de 50. Porém, ele aponta que em uma agência vizinha, há falta de pessoal e somente um caixa atendendo.

Outro problema é o limite para horas-extras, que acaba gerando um trabalho clandestino, por orientação dos próprios gestores do banco. Quando um trabalhador excede o limite de horas-extras permitido, ele é pressionado a bater suas metas. “Alguns têm que vir no dia de folga, não bater o ponto, e trabalhar normalmente para alcançar as metas. A Caixa fala que isso é ilegal, mas não coíbe a prática. Há o caso de um funcionário da agência que foi transferido para um local mais afastado, após se recusar a fazer essas horas-extras ilegais”, afirma um funcionário.

 

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