Mesmo tendo apresentando recorde de lucro em 2017, os bancos seguiram com as demissões de trabalhadores no primeiro trimestre de 2018. Foram eliminados 2.226 postos de trabalho no período. Apenas em março, as instituições fecharam 1.836 vagas. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho.

Só a Caixa, entre janeiro e março, foi responsável por fechar 1.268 postos de trabalho, sendo 1.255 apenas em março. “É reflexo do Programa de Desligamento implementado pelo banco neste ano”, explica o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra. “Essa política de redução de pessoal tem causado grandes prejuízos ao banco e aos trabalhadores, como adoecimento da categoria, aumento no número de reclamações de clientes, demora no atendimento, extrapolação absurda de jornada, etc.”, completou.

Apenas em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Caixa, Banco do Brasil e Santander) lucraram R$ 77,342 bilhões (33,5% a mais em relação a 2016). Somente com a receita total de prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes, esses bancos obtiveram R$ 126,423 bilhões (10,1% a mais em relação a 2016). O valor cobre toda a folha salarial dessas empresas e ainda sobram R$ 28 bilhões.

Essas mesmas instituições financeiras eliminaram 14 mil postos de trabalho somente em 2017. Levando em conta todo o setor bancário, o número de vagas extintas no ano passado chegou a 17,9 mil.

Categoria está doente – Somente em 2013 (ano com as estatísticas mais recentes), mais de 18 mil bancários (18.671) foram afastados, de acordo com dados do INSS, em todo o país. Do total de auxílios-doença concedidos pelo INSS, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e as doenças do sistema nervoso. Isso significa dizer que, de cada 10 bancários doentes, cinco são por depressão.

“A APCEF/SP trabalha na defesa dos direitos dos trabalhadores e não concorda com a atual postura da direção da Caixa”, completa o diretor da APCEF/SP Edvaldo Rodrigues.

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