Para quem trabalhava na Caixa Econômica Federal nos anos 1980, em plena ditadura militar, 30 de outubro de 1985 ficará sempre marcado como o dia em que há 36 anos atrás os trabalhadores do banco em todo o país cruzaram os braços para reivindicar dois importantes direitos, que prevalecem até hoje: a jornada de seis horas e o direito à sindicalização. 

À época, os trabalhadores da Caixa eram chamados como economiários e, ao contrário dos demais bancários, tinham jornada de trabalho de 8 horas diárias. Além disso, não eram vinculados a sindicatos. 

Para mudar essa situação, a categoria passou a se mobilizar e no primeiro Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) realizado em 20 de outubro de 1985 em Brasília (DF), foi deliberada a realização da greve que obteve a mudança da jornada e o direito à sindicalização. Esta foi a primeira paralisação nacional dos empregados da Caixa e um marco no processo de organização desses trabalhadores para lutar por melhores condições de trabalho e em defesa da Caixa pública. A greve contou com adesão de quase 100% das agências do banco público.  

“A greve das 6 horas deixou um grande legado para os empregados da Caixa, que precisa ser valorizado. Foram necessárias muita organização e unidade para realizarmos aquela mobilização histórica, que uniu os trabalhadores e promoveu o fortalecimento das associações e sindicatos,” ressalta o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, que participou desse momento importante dos empregados da Caixa.  

O vice-presidente da Federação, Marcos Saraiva, também participou do movimento grevista e ressalta a sua importância. “Foi um marco para os trabalhadores da Caixa, porque além de conseguirmos o atendimento às nossas reivindicações, iniciamos a organização de um movimento dos empregados do banco, que tem sido fundamental nas últimas décadas para fazer o embate com aqueles que querem retirar direitos da categoria e promover o desmonte da empresa”, frisou o dirigente. 

Com a pressão dos trabalhadores da Caixa, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei 4.111-4, que estabelecia a jornada de seis horas diárias para os empregados da Caixa. A lei foi sancionada pelo então presidente José Sarney, em 17 de dezembro daquele ano. No dia seguinte, o Diário Oficial da União trouxe ainda a garantia do direito à sindicalização, viabilizada com a alteração do parágrafo único do artigo 556 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 

Se você quer saber mais sobre os fatos que marcaram a preparação e deflagração da greve das 6 horas, acesse o livro Tijolo por Tijolo – meio século de história do pessoal da Caixa, que está disponível no site da Fenae, em publicações especiais.

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