Neste 12 de janeiro, sexta-feira, a Caixa completa 163 anos. No mesmo dia de 2023 a data foi revestida por um sentimento que estava presente entre os empregados da instituição: a esperança de que com nova diretoria e sob outras diretrizes a empresa se fortalecesse e retornasse ao caminho de servir ao desenvolvimento do país e da melhoria da vida das pessoas. 

Paralelamente, nossa expectativa era por mudanças nas relações de trabalho, restabelecendo um ambiente saudável e seguro para os empregados, pautado pelo respeito e pelo diálogo.

Estes objetivos não seriam plenamente cumpridos em um curto espaço de tempo, dado o legado das gestões anteriores que atuaram para reduzir a Caixa e seu papel para a sociedade, através de seu fatiamento e venda de ativos e de seu uso eleitoreiro pelo governo anterior. 

Para que este período pudesse ser passado a limpo, seria necessário que houvesse uma mudança profunda nos vários níveis da administração da empresa, e que houvesse um rompimento com os instrumentos que acabaram tirando a Caixa de seu caminho durante as gestões anteriores. 

Os passos neste sentido, infelizmente, foram muito poucos: continuamos com o mesmo estatuto que permitiu o fatiamento e o enfraquecimento da empresa e que também estabelece restrições para direitos dos empregados, muitos dos responsáveis por implementar a gestão pelo medo permanecem em cargos de poder, e não conseguimos corrigir injustiças geradas durante as administrações anteriores. Os empregados da Caixa continuam convivendo com assédio e cobrança abusiva de metas.

Neste cenário conturbado, houve a troca da presidência do banco, fruto do assédio de agrupamentos políticos reconhecidos por ser ávidos pelo poder, e por ter pouco compromisso com o país. Em seus discursos iniciais, o atual presidente da instituição, que assumiu o comando da Caixa ungido por estes grupos, louvou alguns de seus antecessores, que plantaram as sementes para muitos dos problemas que vivemos, como as reestruturações, extinção de funções e a mudança no estatuto do banco. 

Além disso, seus discursos apontam para um aumento ainda maior nas metas, que já são elevadas, ao passo que não citam, em momento nenhum, qualquer esforço da diretoria para promover condições de trabalho adequadas para nós, empregados.

Com este cenário, o ano de 2024 indica a necessidade de muita luta e organização, para que possamos resistir à uma presidência que mostra alinhamento à um passado ruim para os bancários da Caixa e para a empresa, e para que possamos buscar avançar nas pautas que são importantes à todos nós, empregados deste banco que é fundamental para o país.

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