Ocorreu nesta quinta-feira, 26 de julho, o leilão da primeira das seis distribuidoras da Eletrobras que serão privatizadas. A da Companhia Energética do Piauí (Cepisa) foi vendida para a Equatorial Energia S.A, única proponente do leilão.

Pelas regras do leilão, seria considerada vencedora a proponente que oferecesse o lance com maior índice de deságio na flexibilização tarifária, que deveria ser acima de zero.

No último dia 18, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) havia afirmado que manteria a realização do leilão no dia 26, após uma decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, ter suspendido uma liminar que impedia o leilão das subsidiárias da Eletrobras.

Outras quatro distribuidoras serão leiloadas no dia 30 de agosto: a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), a Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), a Boa Vista Energia (Roraima) e a Amazonas Distribuidora de Energia (Amazonas Energia).

Privatização

A intenção de privatizar a Eletrobras foi oficialmente anunciada em agosto de 2017, mas até o momento não pôde sair do papel em meio a disputas políticas e manobras judiciais.

A justificativa é de que, entre outros motivos, as tarifas de energia elétrica cairiam. No entanto, o que aconteceu com as Centrais Elétricas do Pará (Celpa) é uma amostra de que a possibilidade de ocorrer o contrário é grande.

Entre 1998, quando a empresa foi privatizada, e 2013, a conta de luz cobrada pela companhia aumentou 285%, quase o dobro da inflação do período.

Venda em fatias

A estratégia adotada com a Eletrobras não é novidade. Hoje, privatizar grandes estatais é um processo que encontra diversos entraves. Para burlar as dificuldades o governo tem optado por “fatiar” estas empresas.

A Petrobras é um exemplo dessa estratégia. Já que a privatização da empresa como um todo tem pequenas chances de ser aprovada, suas subsidiárias começaram a serem vendidas. O mesmo pode acontecer com a Caixa.

Não à toa o plano do governo é vender o banco em partes, começando pelas loterias instantâneas, a antiga Lotex, que já tiveram data de leilão marcada (e cancelada) para depois vender as áreas de cartões e seguros.

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