O leilão da Lotex não teve interessados, segundo informou a Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loterias (Sefel) do Ministério da Fazenda na segunda-feira (25). O prazo para entrega dos envelopes foi encerrado às 13 horas da segunda-feira. Os próximos passos ainda não estão definidos.

A princípio, o leilão estava marcado para 14 de junho e foi adiado, pelo governo federal, para 4 de julho e cancelado novamente. “A imprensa havia divulgado que três ou quatro empresas estrangeiras estavam interessadas na Lotex”, contou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra. “Mas ninguém apresentou proposta. Por que será?”, desconfia.

Privatização das loterias – A concorrência pela Loteria Instantânea é o primeiro ativo que o governo de Michel Temer pretende vender neste ano dentro do chamado “Programa Nacional de Desestatização”. O lance mínimo era de R$ 542 milhões, equivalente a 3,76% do valor do contrato.

O resultado do processo de privatização da Loteria Instantânea será devastador para a sociedade. Sob a gestão da Caixa, cerca de 45% da arrecadação bruta das loterias é destinada para programas sociais, como o financiamento estudantil, seguridade social, esporte e cultura. Em 2016, o valor repassado foi de R$ 6 bilhões. De acordo com informações do governo, o concessionário iria reduzir este percentual para 16,7%, quase dois terços a menos.

“Não há vantagem alguma em entregar a Lotex para a iniciativa privada”, reforçou o diretor-presidente.

A Caixa tem experiência de mais de 15 anos na operação da Loteria Instantânea e uma rede lotérica espalhada por todo o país. Ou seja, o próprio banco tem condições de alcançar maior eficiência nesse serviço. “Vamos ficar de olho nas próximas manobras do governo com o objetivo de entregar serviços da Caixa para a iniciativa privada”, alertou Kardec de Jesus Bezerra.

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