Nesta quarta-feira, 28 de junho, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é marcado por celebrações. Mas, a data é também uma ocasião para a reafirmação da luta e de reflexão sobre os direitos entre as pessoas em qualquer situação, o respeito à diversidade e o combate a toda forma de discriminação.

A LGBTfobia, também referida como homofobia, é a discriminação, aversão, ódio ou ato de agressão, pela crença preconceituosa de inferioridade das pessoas LGBTQIAP+ em relação à chamada heteronormatividade, ou a forma de pensar que marginaliza os relacionamentos afetivos que não sejam heterossexuais.

O secretário de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elias Jordão, lembra que “durante o governo passado, as políticas sociais foram destruídas, e com elas muitas conquistas foram perdidas. Mas agora estamos em um novo momento, respirando os ares da democracia, e a sociedade civil é chamada a contribuir com todas as pautas sociais. E nós, que lutamos contra toda e qualquer forma de discriminação, tanto na nossa categoria quanto na sociedade, estamos juntos nesta luta”.

Como diz a secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini, a Bia, “a sociedade ainda quer impor como norma quem devemos amar e como devemos nos apresentar, ou seja, é cis-heteronormativa”. Para Bia, também militante LGBTQIA+, “quando uma pessoa quebra essa norma, existe reação violenta por aqueles que não aceitam a diversidade. Por isso, todos os dias resistimos à violência para defender nosso direito de ser e amar quem quisermos”. Bia também lembra que que “agora temos um governo que dialoga com a população LGBTQIAP+, o que traz um fôlego para nossa luta”.

Para Adilson Barros, da direção da Contraf-CUT, “a luta constante da comunidade LGBTQIAP+ é necessária, pois sofremos preconceito, exclusão, violação de direitos e dificuldade de acesso à educação e ao mercado de trabalho dia após dia”. Adilson, que também é militante LGBTQIAP+, lembra que, “apesar da criminalização da LGBTfobia pelo Supremo Tribunal Federal, em 2019, a violência segue aumentando pela falta de políticas públicas, que é essencial para a construção de uma sociedade inclusiva e sem preconceito”.

 É crime

A LGBTfobia foi responsável por 273 mortes no Brasil em 2022, segundo Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+, pesquisa preparada anualmente pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+. Foram 228 assassinatos, 30 suicídios e 15 óbitos por outras causas.

As entidades ligadas à comunidade LGBTQIAP+ orientam todos a denunciar qualquer crime por discriminação ou agressão contra vulneráveis. Um dos caminhos é o disque 100, do Governo Federal.

Várias organizações também possuem canais de atendimento e orientação a vítimas de toda forma de violência, como o Grupo Gay da Bahia, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).

Mapa da cidadania

A ABGLT mantém o Mapa da Cidadania, com um conjunto de orientações e informações sobre serviços, ferramentas jurídicas e órgãos de apoio à diversidade sexual e de gênero em todo Brasil. O mapa é organizado, objetivo e fácil de usar: basta acessar o hiperlink deste parágrafo e clicar no nome do estado do qual quer informações.

Rebelião de Stonewall Inn

O Dia do Orgulho LGBTQIA+, em 28 de junho, nasceu num ato de resistência à repressão em 1969, no bairro Greenwich Village, de Nova York, que é marcado pela convivência pacífica de diversidades étnica e sexual. O bar Stonewall Inn, voltado à comunidade LGBTQIA+, passava por uma inspeção policial, na qual 13 pessoas foram detidas.

Quando uma mulher foi agredida e pediu socorro, pessoas que circulavam pela região juntaram-se para defendê-la. A reação popular cresceu, e os policiais tiveram que se refugiar dentro do bar, até a chegada de reforço das forças de segurança.

 As manifestações contra a perseguição policial e a discriminação generalizada contra a comunidade LGBTQIAP+ mobilizaram milhares de pessoas, cresceram e seguiram na cidade por cinco dias. O episódio ficou conhecido como Rebelião de Stonewall Inn.

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