Edição: 46
A proposta formulada por banqueiros em mesa de negociação representa perda salarial de 3,99% em doze meses. Ante inflação de 9,88%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a correção proposta é de 5,5%. A reivindicação dos bancários é de16%, o que representa ganho de 5,57%.
No caso dos bancários da Caixa, se aplicada a proposta, seria a primeira vez, desde 2004, sem ganho real.

>> Clique aqui para ler estudo do Dieese com o título "Desempenho dos bancos em 2014".

Banqueiros nunca perdem

A rentabilidade líquida dos maiores bancos se situou, em 2013, entre 11% e 24,8% e em 2014, 11,5% e 24,7%. Esse indicador representa o ganho proporcionado aos donos da instituição relativamente ao capital por eles investidos. É a valorização de seu próprio capital. Por outro lado, os ganhos salariais alcançados pelos bancários, nesses anos, são meramente simbólicos se comparados a tal rentabilidade.

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Sem esforço, bancos pagam a conta de pessoal. Para tanto, bastam as tarifas

A atividade bancária se caracteriza, em teoria, pela intermediação financeira. O Banco toma recursos de quem tem sobrando e empresta e quem tem de menos e, com a diferença de taxas de juros, alcança seu ganho. A nobre atividade serviria para financiar o consumo e a atividade produtiva, mas ganho mesmo o banco obtém com setor Tesouro, a quem empresta à base de altíssima rentabilidade, ancorada na SELIC, e risco nenhum. Além do Tesouro, nada desprezíveis são os ganhos com as tarifas. Seja pelo alto montante cobrado dos clientes ou pelo baixo custo com pessoal – e provavelmente, por ambas as variáveis – o fato é que os principais bancos bancam, com tais tarifas, suas despesas com os bancários. A mais comedida, neste caso, é a Caixa. Mesmo assim, a receita com tarifas equivalia, em 2014, a 103% da despesa com pessoal, com direito a troco!

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