Um e-mail enviado pela Caixa para duas mil unidades preocupou os empregados, especialmente no período do fechamento das metas. No texto, o banco solicitava aos gestores o envio, até o dia 27 de dezembro, de “evidências” da realização das Rodas de Diálogos. Após pedido da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), o banco encaminhou outro comunicado para informar a prorrogação do prazo para o dia 31 de janeiro de 2024. Nesta quarta-feira (27), a Caixa e a representação dos empregados realizaram uma reunião para discutir o assunto.

“Foi uma demanda do movimento atendida pela Caixa que reforça o diálogo que temos com a empresa. Não faz sentido a Caixa exigir provas da realização das Rodas de Diálogo que já foram informadas pelos gestores, principalmente na véspera de Natal”, enfatizou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da CEE/Caixa. 

Para Rafael de Castro, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e diretor da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), o comunicado causou ansiedade em gestores que não tinham apontamentos a serem corrigidos. 

“Apenas causou inquietação dos empregados já preocupados com o fechamento do ano. Entendemos que erros pontuais devem ser corrigidos, mas é preciso rever esse conceito e rediscutir o processo das Roda de Diálogo”, disse o diretor ao destacar que o objetivo da conversa deve ser o desenvolvimento do empregado. “Da forma coma a Caixa cobrou, o princípio da Roda de Diálogo fica distorcido e faz parecer que é uma ferramenta para atingir meta e conquistar o Bônus Caixa”, avaliou.

A Caixa concordou com a inadequada tempestividade do envio do e-mail e informou que a intenção foi dar uma “janela de oportunidade” para os gestores corrigirem irregularidades nos registros antes do final do ano, como estabelece o regulamento. 

Fabiana também expressou preocupação com o desvirtuamento da iniciativa. “Depois da conversa nós entendemos que esta não foi a intenção da Caixa, mas é preciso ter cuidado para não distorcer o sentido das Rodas de Diálogo. Um dos temas foi, inclusive, a prevenção ao assédio e o tom da mensagem da Caixa cobrando evidências de sua realização não foi um bom sinal. Se houve casos específicos, a Caixa deveria encaminhar e-mails direcionados a essas situações e de forma clara”, analisou.

“Nossa exigência é que este processo não resulte em qualquer prejuízo para os empregados. O que aconteceu foi um desrespeito. Depois de um ano exaustivo, trabalhando arduamente para retomar as políticas econômicas e sociais para reconstruir país, os empregados esperavam um reconhecimento bem diferente deste que foi apresentado. Era o mínimo para sinalizar que a gestão de assédio e medo realmente ficou para trás”, acrescentou Rafael de Castro.

Outras cobranças – A Comissão e o banco vão se reunir no dia 18 de janeiro para debater os critérios das Rodas de Diálogo, entre eles a questão das Horas Extras, a capacitação/qualificação dos empregados que dirigem as rodas, o retorno efetivo da Universidade CAIXA, entre outros. 

A CEE também cobrou a retomada das reuniões dos Grupos de Trabalho que discutem promoção por mérito, caixas/tesoureiros e avaliadores de penhor, condições de trabalho e as mesas de negociações sobre reivindicações como:
– Teletrabalho;
– Processos seletivos internos transparentes, democráticos e abertos a todos;
– Home office com cumprimento efetivo da legislação, sendo prioridade aos empregados com deficiência e aos empregados com filhos ou criança sob guarda judicial até 6 anos (art. 75-F CLT);
– Jornada reduzida para os pais de filhos PCDs (pessoas com deficiência) – (analogia a Lei nº 8.112/90);
– Rediscussão do PCS, ESU.

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