O projeto de reestruturação apresentado pela Caixa trará mudanças drásticas na rede.

Em reunião ocorrida na segunda-feira (27) com representantes dos empregados, entre eles a APCEF/SP, o superintendente da Caixa em São Paulo, Robert Kennedy, informou que duas Superintendências (SRs) serão fundidas, passando a se chamar SUV (Superintendência Nacional de Varejo). As Superintendências Regionais serão reduzidas das atuais 18 para 9.

Sobre os remanejamentos de funções, haverá flexibilização por meio de um processo seletivo exclusivo para os empregados que buscarem ascensão de cargo. Kennedy afirmou que aqueles que buscarem a lateralidade (para concorrer à mesma função) assumirão diretamente, sem passar por processo seletivo.

Tamara Siqueira, que é empregada da Caixa com função gerencial e está destacada para o trabalho de dirigente sindical, conta para o APCEF em Movimento sobre a proposta do banco da perspectiva dos empregados.

Desconfiança – Tamara conta que as promessas do banco geram apreensão entre os empregados e diante da afirmação de que 4 mil funções serão criadas para melhorar a rede o sentimento é de desconfiança.

“A direção da Caixa quer nos convencer de que fazem isso para melhorar e não é verdade”, afirmou.

A dirigente exemplifica sua afirmação citando os auxiliares de atendimento. “A função será substituída pela de assistente, com ganho maior, porém, será necessário ter a certificação CPA-10, que não era exigida para auxiliar”.

Direito preservado – O empregado com 10 anos ou mais no mesmo cargo comissionado poderá incorporar, isso só foi garantido com liminar de manutenção da RH 151 em ação da Contraf.

Gerentes – A situação dos gerentes é ainda mais delicada, principalmente a dos de Pessoa Física e Gov. Social.

A Caixa diz que 2 mil vagas de gerente de Varejo serão criadas, mas não explica que a remuneração é 45% menor que gerente PF e Gov. Social.

“Toda vez que a Caixa propõe reestruturação e/ou verticalização mostra que não tem carteira pra tanto gerente. Parece que nesse novo projeto isso não mudou, a empresa vai eliminar atual função para criar as que ganham menos”.

Privatização da Caixa – O cenário se comprova pelos números da carteira de crédito (em queda), a apresentação da reestruturação, os projetos do governo e as declarações do presidente do banco.

A nova estrutura irá alinhar a Caixa a práticas de mercado que levarão ao aumento de cobranças, até porque a instituição visa aprimorar produtos como investimentos, seguros, cartões e loterias. Não por acaso, estas são as áreas que estão na lista de abertura de capital (IPO).

Ou seja, os empregados, além de perder funções e ganhar menos, terão de lidar com a pressão de trabalhar com carteira de crédito menor e melhorar performance de produtos que serão vendidos.

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