O Grupo de Trabalho (GT) Saúde do Trabalhador, previsto no ACT Contraf/CUT x Caixa, se reuniu nesta terça-feira (27), em Brasília (DF) para debater a necessidade urgente do estabelecimento de uma política de saúde mental na empresa, diante do aumento do adoecimento e afastamento por estresse, depressão ou exaustão mental.
 
Há tempos o movimento dos trabalhadores alerta para o crescimento do número de suicídios e para os casos de depressão, síndrome do pânico e outros graves problemas que atingem a categoria bancária, em especial os da Caixa. Na reunião desta terça, o diretor do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba (PR), Genésio Cardoso, foi convidado a relatar o estudo realizado pela Secretaria de Saúde do Paraná que aponta a categoria bancária como a primeira colocada nas notificações de transtornos mentais relacionados ao trabalho, no período de 2006 a 2017.
 
No caso especifico da Caixa, consulta anual realizada pelo sindicato tem detectado que a precarização das condições de trabalho – devido à falta de empregados, cobrança de metas abusivas e jornada extenuante, além das ameaças de retirada de função e transferências compulsórias – tem causado o adoecimento de todo o quadro. “O número de trabalhadores afastados para tratamento de saúde mental é assustador e a quantidade dos que estão em atividade sob efeito de medicação controlada é igualmente alarmante”, alerta Genésio.
 
“Para estabelecer essa política, defendemos a realização de uma oficina de saúde mental com a participação de representantes das áreas de saúde do trabalhador da Caixa, das representações dos trabalhadores e especialistas”, detalhou Plínio Pavão, assessor da Fenae e membro do Grupo de Trabalho. O tema já havia sido pautado em outras oportunidades, mas não avançou. Os representantes da Caixa, contudo, assumiram o compromisso de levar a proposta à direção da empresa, mais uma vez, tendo em vista o agravamento da situação.
 
Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae, lembra que os empregados estão trabalhando em condições absolutamente precárias. “Nos últimos anos, mais de 14 mil trabalhadores deixaram a Caixa em planos de demissão e aposentadoria, o que aumentou a sobrecarga de trabalho. Outro problema é o desmonte das Gipes, que são áreas importantes no cuidado da categoria. Por se tratar de um banco público e social, a direção deveria adotar uma postura mais humana com seus milhares de empregados”, avalia.

Os representantes dos trabalhadores, enfatizaram a necessidade de que as normas internas relativas às questões que envolvem a saúde e as condições de trabalho dos empregados precisam estar sintonizadas com os temas discutidos no GT, e denunciaram mais uma vez a política de subnotificação de doenças do trabalho, praticadas pelas gestões nos estados.

Na reunião desta terça-feira, também foi consenso entre os integrantes do GT a necessidade de realizar encontros mais frequentes, não só para tratar desse problema, mas também de muitas outras situações relacionadas à saúde dos trabalhadores da Caixa. Assim, ficou definido um novo encontro a ser marcado para o final de maio.

 

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