quinta rodada

A apresentação de apenas dados preliminares, parciais e fragmentados do II Censo da Diversidade pela Fenaban durante a quinta a rodada de negociações da Campanha 2014, realizada na terça-feira, dia 16, frustrou a expectativa do Comando Nacional dos Bancários.

Segundo os bancos, os dados serão discutidos internamente para serem incluídas mudanças e, posteriormente, farão uma nova apresentação do estudo, que consiste em uma conquista da Campanha 2012.

Para o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro, o acesso as informações do II Censo são importantes para que venham com os dados pormenorizados a fim de que o próprio Comando possa fazer o cruzamento das informações e, por fim, as análises. “Deixamos claro que queremos avanços nesse tema na convenção coletiva deste ano,” salientou.
O questionário do censo foi respondido por 187.411 bancários, o que significa 41% de 458.922 trabalhadores dos 18 bancos participantes da pesquisa. A categoria é dividida entre 51,7% de homens e 48,3% de mulheres.

As negociações continuam nesta quarta-feira, dia 17, e serão discutidas pendências que ficaram das rodadas anteriores, envolvendo remuneração, saúde e condições de trabalho, emprego, segurança bancária e igualdade de oportunidade. Na sexta-feira, dia 19, os bancos devem apresentar uma proposta global para as reinvindicações da categoria acerca de todos esses temas.

Discriminação contra as mulheres
Pelas informações fragmentadas recolhidas pelo II Censo entregues pelos bancos não houve alterações significativas nas discriminações de gênero em relação à remuneração. As mulheres recebem 77,9% do salário médio dos homens, apenas 1,5 ponto percentual a mais em relação ao I Censo, realizado em 2008.

A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Deise Recoaro, alerta para que com este cálculo efetuado pelos técnicos do Dieese, nesse ritmo a correção das distorções demorará 88 anos para que as mulheres bancárias passem a receber salários iguais homens. “Na região sudeste, onde a diferença salarial entre os sexos é ainda maior, demoraria 234 anos para as mulheres atingirem a mesma remuneração dos homens”, finaliza.

Preconceito de raça
O II Censo revelou, segundo os dados preliminares da Fenaban, que do total de bancários participantes da pesquisa, 74,6% são brancos e 24,9% negros, o que demonstra o aumento de bancários de cor negra nos bancos desde 2008, quando apenas 19% da categoria assim se identificava.

No entanto, a discriminação racial em relação à remuneração persiste no sistema financeiro, embora tenha havido uma pequena melhora desde o primeiro censo. Em 2008, o salário médio dos negros era 84,1% à dos brancos. Hoje é o equivalente a 87,3%, conforme os números informados.

Orientação sexual

Uma das novidades do II Censo foi a inclusão de uma variável de orientação sexual para medir a participação da população LGBT na categoria bancária. Do total dos que responderam ao questionário, 85,0% se declararam heterossexual, 1,9% assumiram a homossexualidade, 0,6% disseram ser bissexual, 12,4% não responderam e 0,1% assinalaram outra opção.

Os números parciais da Fenaban indicam ainda que 1,1% dos bancários que responderam à pesquisa disse ter cônjuge do mesmo sexo. Desses, apenas 38% fazem uso dos benefícios conquistados em 2009 com a cláusula de isonomia de tratamento para casais homoafetivos, como por exemplo a adesão ao plano de saúde.

"Esses dados indicam que ainda há muitas barreiras a serem superadas na busca da eliminação das discriminações e preconceitos nos bancos", salienta Deise.

Adoecimentos no trabalho

O Comando Nacional também retomou a discussão com a Fenaban, nesta terça-feira, sobre os afastamentos do trabalho, a partir dos dados envolvendo 11 municípios do país, que foram inicialmente apresentados no GT sobre Adoecimentos, conquistado na Campanha 2013.

Os negociadores dos bancos esclareceram dúvidas do Dieese sobre os dados informados e se comprometeram a enviar novos números na próxima semana.

Os, dados, segundo Cordeiro, reforçam a avaliação de que os adoecimentos são provocados principalmente pela organização do trabalho, sobretudo pelas metas abusivas e pelo assédio moral. “Deixamos claro aos bancos que é fundamental que a nova convenção coletiva inclua mecanismos na gestão das empresas que deem mais proteção à saúde dos trabalhadores”, advertiu Carlos Cordeiro.

Calendário

17 – Sexta rodada de negociação com a Fenaban
17 e 18 – Segunda rodada de negociação específica com o Banrisul
18 – Terceira negociação específica com o Banpará
19 – Sétima rodada de negociação com a Fenaban
24 e 25 – Terceira rodada de negociação específica com o Banrisul
26 – Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil
1º e 2 – Quarta rodada de negociação específica com o Banrisul

Fonte: Contraf-CUT
 

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