O novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, declarou na quarta-feira, 2 de janeiro, que o foco do banco irá mudar. Segundo Guimarães, a Caixa voltará a priorizar o crédito imobiliário e o atendimento aos correntistas de baixa renda. No entanto, não explicou se a instituição irá recuperar o mercado que perdeu nos últimos dois anos e de onde virá o recurso que pretende conceder no crédito.

Até 2016, a Caixa tinha sua concessão de crédito distribuída com certo equilíbrio entre micro, pequenas, médias e grandes empresas. Desde então, o foco dessas operações passou a ser as empresas de grande porte. Além de perder mercado, o banco diminuiu o saldo de operações e direcionou o pouco que “sobrou” para grandes corporações (veja tabela abaixo).

No último balanço divulgado pela Caixa, com números do terceiro trimestre de 2018, é possível observar esse movimento: a carteira de crédito ampliada, em setembro de 2017 tomando 22,9% do mercado financeiro, se reduziu a 21,5% um ano depois. Em dinheiro, menos R$ 18,5 bilhões. A maior redução ocorreu em crédito à pessoa física, menos 2,05 pontos porcentuais, mas também verificou-se em pessoa jurídica, 1,25 ponto.

Por conta disso, apenas mudar o foco da concessão de crédito não fará diferença. E como a Caixa irá trazer recursos para as concessões? A perda de mercado dos últimos dois anos foi significativa e atendeu os interesses dos bancos privados. É necessário retomar este espaço, caso contrário, a Caixa continuará deixando o mercado livre para estes bancos.

Porém, não se sabe quais intenções estão escondidas na mudança que está sendo anunciada.

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