Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

• Derradeira oportunidade para levar uma proposta decente está marcada para as 18h desta terça-feira Eles não querem resolver •

A federação dos bancos (Fenaban), numa flagrante prova de desrespeito aos bancários, desperdiçou por mais um dia a mesa de negociação e não apresentou proposta para os trabalhadores. Na primeira reunião, na quinta, 16, os banqueiros apresentaram números considerados ruins pelo Comando Nacional dos Bancários e que foram prontamente rejeitados na mesa, principalmente porque mantinham inalterada a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e não garantiam aumento real para todos os trabalhadores.

Na sexta, 17, e nesta segunda, 20, mais duas rodadas e nenhum resultado, nada de proposta. Na quinta-feira, 23, encerra-se o prazo dado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para que a campanha dos bancários seja decidida na mesa de negociação. Caso isso não aconteça, o tribunal já avisou, vai julgar o dissídio.

A Fenaban, de olho no que pode faturar no TRT – decisões judiciais tradicionalmente têm resultados ruins para os trabalhadores –, oficiou o tribunal dizendo que os bancários permanecem em greve. Os banqueiros solicitaram ao desembargador Nelson Nazar – que fez a audiência de conciliação no dia 14 – que inclua a Contraf e a Fetec-CUT/SP no dissídio de greve.

“A ausência de proposta nessa segunda, quando a Fenaban havia se comprometido a fazer alguma proposição para a mesa, dá a entender que os banqueiros querem levar a Campanha Nacional dos Bancários para o tribunal, o que seria uma absurda irresponsabilidade”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, destacando que a federação dos bancos agiu de forma traiçoeira. “Ao contrário do que os banqueiros estão dizendo, as negociações estão acontecendo, os bancários se organizaram para atender a população, tudo conforme acordado no TRT. Levar a campanha para o tribunal quebra uma relação de mais de uma década de decisões retiradas das mesas de negociação”, ressalta Marcolino. “Essa decisão pode custar caro no futuro, já que os bancários podem não confiar mais na negociação estabelecida com a Fenaban”, completa Marcolino.

Enrolados – A derradeira oportunidade dos banqueiros de apresentar uma proposta decente para os bancários está marcada para as 18h dessa terça-feira, 21. A Fenaban disse que precisa fazer uma reunião com os banqueiros, às 14h, para definir o que apresentar.

“Parece que os banqueiros estão desautorizando os negociadores da Fenaban, o que nunca aconteceu, e isso está criando dificuldades na mesa”, avalia Marcolino. “Estamos fazendo uma última aposta na negociação, fórum que os bancários sempre levaram muito a sério. Assim também estamos demonstrando ao TRT nossa boa vontade para resolver a campanha negociando, como sempre fazemos. Mas se nessa terça a enrolação continuar, não vai restar mais nada aos bancários a não ser retomar a greve com força total, em todo o país, inclusive onde o movimento foi interrompido”, avisa o presidente do Sindicato.

BB e Caixa – Os bancos federais estão comprometidos em cumprir os parâmetros da Fenaban. Ou seja, essas empresas aguardam os resultados dessa negociação para finalizar suas propostas para questões específicas. “Os bancos públicos já se comprometeram a negociar tão logo a Fenaban apresente sua proposta. Caso contrário, novamente a greve continuará nesses bancos”, salienta Marcolino.

Assembléia – Em função do horário da rodada de negociação desta terça-feira, a partir das 18h, não haverá proposta a ser encaminhada para a assembléia, que voltará a ser realizada na quarta-feira, dia 22, às 19h, na Quadra.

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