O balanço da Caixa do primeiro semestre de 2023 traz números importantes para a empresa. O banco público interrompeu uma trajetória de perda de mercado em seus principais segmentos de atuação, crescendo mais que seus concorrentes na captação e no crédito. Atualmente, o banco possui 151.476.000 clientes, e em um ano, 2.521.000 a mais que no ano passado, dos quais 41.000 na Pessoa Jurídica. O número de contas administradas pelos empregados da Caixa, no último ano, em 7.523.000, totalizando 212.981.000. Quase todo cidadão brasileiro adulto se relaciona com a Caixa.

Apesar deste aumento expressivo no número de clientes, de contas, dos saldos de crédito e de captação, e da fatia de mercado ocupada pela Caixa, a estrutura que a direção do banco disponibilizou para atender à estas demandas diminuiu. Ao final do primeiro semestre, tínhamos apenas 86.473 empregados, 428 a menos do que havia um ano antes. O número de agências e de PAB’s também diminuiu em relação ao mesmo período do ano anterior, em 1 e 4, respectivamente. Além disso, os empregados tem convivido com constantes problemas de sistema, fruto de um parque tecnológico defasado e do legado de desestruturação da área de tecnologia. Este legado também afeta outras áreas de suporte, como a logística e pessoas.

Em meio a este caos e falta de estrutura, a Rede, que está na linha de frente, ainda sofre com cobranças absurdas e um controle opressivo, que opera por meio de diversas ferramentas, como o chamado “Time de Vendas” (TDV). Cada subsidiária, com exceção da Caixa Loterias, possui um TDV próprio, já implementado ou em estudos, que funciona, na prática, como mais um instrumento de pressão: o empregado precisa cumprir os objetivos do Conquiste, atingir os objetivos Smart, obter determinado nível no TDV, tomar cuidado com o PQV e lidar com todas as outras demandas do dia a dia.

“Com o retorno de políticas públicas importantes, que são executadas pela Caixa, a perspectiva é de que as demandas para os empregados sejam cada vez maiores. É muito positivo que a Caixa cumpra este papel, mas a direção da empresa precisa também fazer a sua parte, proporcionando a estrutura necessária e não submeter os empregados à uma situação de sobrecarga cada vez maior, o que é insustentável e compromete nossa saúde. As condições de trabalho dos empregados não podem seguir sendo negligenciadas”, critica o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros

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