A postura da direção da Caixa em não cumprir o que foi acordado a respeito do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) demonstra a falta de comprometimento com seus empregados, prejudicando-os, inclusive.
A proposta da Caixa, nos moldes apresentados durante a campanha – R$ 650 mais 80% da remuneração-base (não incluindo o CTVA) em duas parcelas: 50% em 20 de novembro de 2003 e 50% em 20 de março de 2004 -, foi um dos itens determinantes para o fim do movimento grevista no banco.
“A direção da Caixa tem de honrar os compromissos assumidos com seus empregados. O não-pagamento da PLR nos moldes acertados é a segunda ‘vacilada` da administração do banco, que já havia emperrado a assinatura do acordo coletivo por causa das distorções, provocadas pela própria empresa, em relação ao desconto dos dias parados” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
“Esse vaivém da direção da Caixa já prejudicou os empregados, pois todos contavam que o valor da primeira parcela da PLR fosse creditado em 20 de novembro, o que não acontecerá. Defendemos que, não havendo o cumprimento dos compromissos assumidos pela Caixa durante a campanha salarial, sejam chamadas assembléias imediatas para discutir os desdobramentos do assunto” – completou Fabiana.

Caixa tenta confundir empregados e ataca entidades representativas

Em 13 de novembro, a Caixa divulgou edição especial do informativo eletrônico “Urgente”, com mensagem em que tenta jogar nas costas da representação dos empregados a responsabilidade pela não-assinatura do acordo específico referente à PLR, que estava inicialmente prevista para a tarde do mesmo dia.
Na mensagem veiculada pelo boletim “Urgente”, a direção da empresa afirma que o Acordo Coletivo 2003/2004, firmado com a Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) e com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), contempla a cláusula da PLR da seguinte forma: 1) parte fixa de R$ 650 – pagamento de 50% em novembro de 2003 e o restante em março de 2004; 2) suplemento de 80% da remuneração básica (exceto CTVA). Desse total, 40% pagos em novembro deste ano e o restante em março de 2004.
Em 14 de novembro, a Comissão Executiva dos Empregados divulgou mensagem na qual contestou veementemente essa versão dos fatos e reiterou que o acerto feito em mesa de negociação – e aprovado pela maioria das assembléias em todo o País – prevê pagamento da primeira parcela da PLR de 50% do valor fixo e 50% do valor variável e, não, da forma como a Caixa havia divulgado.
“É indispensável que a Caixa mantenha uma dose de maturidade, cumprindo o compromisso firmado com as entidades representativas dos empregados. O pagamento da PLR nos termos acertados em mesa de negociação é um direito dos empregados que não pode, jamais, ser usurpado” – diz um trecho da mensagem da CEE-Caixa e da CNB/CUT.

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