Agências da Caixa Econômica Federal tiveram longas filas esta semana, especialmente nos estados de São Paulo, Pará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e no Distrito Federal. Isso aconteceu porque além do pagamento da última parcela do auxílio emergencial, foram antecipadas as datas do pagamento do Bolsa Família.

Em Belém (PA) e em Vitória (ES), segundo informações de veículos de imprensa, muitas pessoas chegaram às agências bem cedo, para garantir o lugar. Empregados das unidades ofereceram álcool em gel, pediram que todos utilizassem máscaras ao entrarem no prédio e respeitassem a sinalização de distanciamento social, mas, do lado de fora, nem sempre há o cumprimento das medidas estabelecidas pelos órgãos de saúde. Nas cidades de São Paulo (SP), Belém (PA) e Salvador (BA) as pessoas ficavam bem próximas nas filas e, em muitos casos, sem máscaras ou tiravam por algum momento. E esta situação ainda pode piorar, pois se aproximam as datas de pagamentos de outros benefícios concedidos por diversas prefeituras do país.

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, o déficit de empregados no banco, que chega a quase 20 mil, somado ao desrespeito da direção, está adoecendo os trabalhadores. “O que esta gestão está fazendo com os empregados é criminoso. Além de atender quase 140 milhões de brasileiros em meio a uma pandemia, com filas que expõem tanto os bancários quanto a população, os empregados ainda sofrem pressões absurdas por metas abusivas”, disse.

Segundo Takemoto, não bastassem estes problemas, os empregados ainda vivem num ambiente de insegurança, com reestruturação e transferências surpresas, com pressão para aderirem ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV). “É a gestão do medo. Os empregados não merecem encerrar o ano com tamanho desrespeito da direção”, criticou.

Falta de planejamento

De acordo com a diretora da Apcef/SP, Vivian de Sá, embora os bancários se desdobrem para prestar um bom atendimento à população, a falta de pessoal e de planejamento do governo prejudica o trabalho. “A Caixa tem total condição e sabe fazer repasse de recursos das políticas públicas e de transferência de renda com maestria, mas precisamos de condições de trabalho e de contratação”, destacou.

Ela citou casos de agências que registraram cerca de 1.500 atendimentos num único dia com quadros reduzidos. “Tem uma agência que realizou 700 atendimentos em um único dia, com apenas quatro empregados”, contou. A diretora diz que os empregados são cobrados sistematicamente por cumprimento de metas abusivas, o que gera o deslocamento de alguns empregados para outros serviços que não são o do atendimento ao público.

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