No último domingo (23), o jornal Folha de S. Paulo publicou um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido da Fenae, que revela um preocupante aumento no número de afastamentos por acidente de trabalho na Caixa em 2022.

Segundo o Dieese, foram 524 empregados afastados – o maior número registrado desde o início da série histórica, em 2012, com 426 afastamentos. A Folha, por meio da coluna da jornalista Mônica Bergamo, destaca que uma parcela significativa desses afastamentos está relacionada a problemas de saúde mental, representando 75% dos casos de acidentes de trabalho em 2022.

“O índice elevado acendeu um alerta na Fenae: em 2012, os afastamentos causados por questões psicológicas representavam apenas 39,4% dos casos”, informou o jornal.

A Folha também informou outro dado preocupante do levantamento – os afastamentos por transtornos mentais dos empregados do banco público são mais expressivos do que em toda a categoria bancária, onde o percentual chegou a 57,1% no ano passado. Essa discrepância se torna ainda mais evidente quando comparada ao mercado de trabalho em geral, que registrou um índice de 6,7%.

O veículo destacou a opinião do presidente da Fenae, Sergio Takemoto. Para ele, a gestão de Pedro Guimarães é um dos fatores que contribuíram para o expressivo aumento de afastamentos por adoecimento mental. “A gestão de medo e assédio causou adoecimento e sofrimento entre os empregados”, disse Takemoto à Folha.

Embora Takemoto reconheça a mudança positiva no clima organizacional com a nova gestão do banco, com maior abertura para discutir e melhorar as condições de trabalho, ainda há mudanças a serem feitas. “A cobrança por metas abusivas ainda é um ponto crítico no banco, causando o adoecimento psicológico aos empregados”, afirmou o presidente da Fenae ao jornal.

 

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