O Ministério da Saúde determinou que 20% das vacinas distribuídas para os estados sejam reservadas para a vacinação de bancários e trabalhadores dos Correios. A notícia foi publicada nesta quarta-feira (14) no Vigésimo Oitavo Informe Técnico do Plano Nacional de Imunização do Governo Federal.

Apesar de o Ministério da Saúde ter anunciado na semana passada a inclusão de bancários e de trabalhadores dos Correios como prioritários na vacinação contra a Covid-19, o governo de São Paulo enviou nota à Imprensa afirmando que não iria priorizar as duas categorias no cronograma de vacinação.

“Com a publicação da nota, vamos cobrar que o governo acate a determinação e inicie a vacinação dos bancários”, explicou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros. “O trabalho dos bancários, especialmente dos empregados da Caixa, foi considerado essencial durante toda a pandemia. Atendemos milhares de pessoas todos os dias e somos potenciais transmissores da Covid-19, por isso, a importância de priorizar a vacina”, reforçou.

Cumprimento da determinação – A categoria bancária foi incluída na prioridade da vacinação contra a Covid-19 em 6 de julho, após intensa campanha dos trabalhadores e seus representantes.

O anúncio do Ministério da Saúde ocorreu durante entrevista de Marcelo Queiroga ao lado dos presidentes da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Correios.

Segundo o ministro, ambas as categorias elaboraram relatórios sobre o adoecimento de profissionais e que a decisão do Programa Nacional de Imunização (PNI) foi técnica. No entanto, a data de vacinação e como essa prioridade será colocada em prática depende dos estados e cidades, que têm autonomia.

Histórico – A luta teve início ainda em 2020, logo após a aprovação das primeiras vacinas no Brasil. Em 15 de dezembro, o deputado federal Ricardo Silva (PSB/SP), após solicitação dos trabalhadores, apresentou indicação ao Ministério da Saúde para que os bancários fossem incluídos entre os grupos prioritários no Plano Nacional de Vacinação.

Sindicatos, associações como a Apcef/SP, federações e a Contraf-CUT realizaram diversas ações para pressionar a administração federal. Em março, um abaixo-assinado foi promovido e, em abril, a Fenae criou uma página exclusiva para a campanha “Vacina Já”. Em 27 de abril, os bancários da Caixa fizeram paralisação em todo o país com pedido de devolver direitos tomados pela Gestão Pedro Guimarães como 1/4 da PLR social, e principalmente que a gestão se empenhasse em conseguir os empregados no PNI, ainda com o mote “Vacina Já”. Em maio houve outro ato pedindo vacinação e ações para aplacar a fome que assola o país.

Com a mobilização, o movimento ganhou apoio de governadores e deputados. Algumas cidades, a partir do trabalho das entidades sindicais e associativas, passaram a vacinar bancários em junho.

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