A quarta reunião de negociação entre a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e a direção do banco para debater a minuta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), realizada na tarde desta terça-feira (2), debateu as condições de trabalho das pessoas com deficiência (PcD).

Na última reunião, realizada em 27 de julho, os membros da CEE haviam questionado sobre as condições de trabalho dos PcD. Segundo a comissão, os mais de 4 mil trabalhadores enfrentam problemas, que dificultam suas atividades e adaptação na empresa. A Caixa concordou em realizar uma mesa específica para debater as questões relacionadas aos PcD. Hoje, os representantes da Caixa fizeram uma apresentação sobre as ações realizadas para acessibilidade e condições de trabalho dos PcD.

“A nossa minuta, construída de forma democrática e com participação de todos os trabalhadores da Caixa, conta com nove reivindicações específicas para PcD. Elas versam sobre mais contratações e melhores condições de trabalho para as pessoas com deficiência. Queremos que elas façam parte do Acordo Coletivo para melhorar a condição dos nossos colegas”, lembrou o coordenador da CEE, Clotário Cardoso. “É um assunto muito complexo, por isso, exigimos profissionais especializados para criar programas que atendam verdadeiramente as especificidades desses trabalhadores”, completou.

A Caixa apontou que, em seu acompanhamento de solicitação de equipamentos feitas pelos PcD, 44% já havia sido atendida e todos os outros devem ser contempladas até setembro. “Os representantes da mesa se preocuparam com a avaliação positiva da Caixa deste número, uma vez que nem mesmo fica claro o que estava sendo solicitado – podem ser equipamentos e softwares imprescindíveis para a realização do trabalho das pessoas, o que já deveria ter sido fornecido para o início do trabalho, e não durante. Com os dados apresentados não era possível compreender como está o dia a dia das pessoas enquanto não são atendidas”, contou a diretora da Apcef/SP e representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Vivian Sá.

“Precisamos também lembrar que todas as necessidades dos empregados PcD que estamos apresentando, sobretudo dos novos, foi observada pelas entidades sem qualquer parceria da Caixa, que, ao contrário, tem negado às entidades representativas o acesso histórico que essas sempre tiveram na chegada dos empregados na Caixa. Esse impedimento de acesso desde o início do governo Bolsonaro precisa ser resolvido, pois é absurdo”, completou a diretora da Apcef/SP.

A diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil, destacou que os dirigentes sindicais fizeram o “dever de casa”, ao visitar as agências e conversar com os bancários de base. “Nessas visitas aprendemos que não basta acessibilidade nos locais de trabalho, é preciso acessibilidade atitudinal. Sempre achei que a acessibilidade era a questão da cadeira de rodas, do braile, mas percebi que as pessoas têm de aprender a conviver com o outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. Temos de quebrar essa barreira. E não só dos clientes, mas também dos próprios colegas. Assim como nós estamos aprendendo, eles também podem e devem fazer o mesmo. Tão importante como ter locais e objetos acessíveis é que as pessoas também tenham ações acessíveis. Essa é uma questão importante para trabalharmos com os bancários da Caixa”, concluiu.

A próxima rodada de negociação será na próxima quinta-feira (4) sobre Funcef.

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