O governo divulgou nesta segunda-feira (1º) um relatório, que foi vendido aos meios de comunicação como sendo “inédito”, sobre salários e “benefícios” pagos a empregados de 46 empresas de controle direto da União, inclusive da Caixa. Além de trazer a remuneração máxima, mínima e média nas estatais, o documento informa itens que constam de Acordos Coletivos destas empresas, como abonos, adicionais, ausências autorizadas, auxílios e estabilidade.

“O ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe defendem a privatização de estatais. A divulgação de salários e benefícios das companhias sob controle da União reforça a tentativa de pressionar a opinião pública a favor desta agenda liberal, que não teve sucesso nos primeiros anos do governo”, confessa a editoria de Economia do Grupo Folha de S. Paulo.

Benefícios ou conquistas? – Muitos dos “benefícios” dos empregados da Caixa citados no relatório são fruto da luta histórica da categoria e constam no Acordo Coletivo dos Bancários, ou seja, não são diferentes do que os trabalhadores de bancos privados recebem, como a cesta-alimentação, auxílio-creche, auxílio refeição e isenção de tarifas de conta corrente. Outros direitos foram conquistados com luta, campanha salarial após campanha salarial, e atendem à especificidades dos empregados da Caixa. “Querem equiparar os direitos dos empregados aos abusos de determinados segmentos, que possuem auxílio-moradia e cartão de crédito corporativo. O empregado da Caixa não é ‘marajá’ ou ‘privilegiado’ como o governo federal quer fazer supor”, comentou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

É citado inclusive o descanso semanal daqueles que trabalham em agências-barco, que é um serviço único, diferenciado, oferecido somente pelo banco público e de extrema importância para a população das regiões atendidas.

O que o “Relatório de Benefícios” não fala é que a Caixa não é dependente financeiramente da União, muito pelo contrário: além de prestar um serviço importantíssimo ao país, dá lucro, que é revertido para a própria sociedade, sem onerar de forma alguma o caixa da União.

Ataque ao Saúde Caixa e à Funcef – O relatório dá destaque ao desembolso feito para custear o chamado “benefício de assistência à saúde”, que vem sofrendo ataques desde 2017, elencando como “benefício” a manutenção do plano na aposentadoria, o chamado benefício pós-emprego. Também destaca o desembolso com a Funcef. “Com este tipo de publicação, o governo deixa claro qual é a sua posição com relação ao Saúde Caixa e com a Funcef. Tratam como ‘benefício’ e ‘privilégio’ conquistas históricas, que pretendem reduzir ou extinguir. Por isso, precisamos nos mobilizar para manter estes direitos”, ressaltou Leonardo Quadros.

Defesa da Caixa – Para acompanhar a luta das entidades que representam os empregados contra os ataques do governo e a tentativa de privatização, acesse www.apcefsp.org.br/caixa-100-publica. “Vamos continuar nossa luta, em defesa da Caixa 100% pública, um patrimônio dos brasileiros, que deve ser preservado”, finalizou o diretor-presidente da Apcef/SP.

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