A direção da Caixa anuncia mudanças nas regras para a concessão de crédito imobiliário e reduz o percentual de aporte que será financiado pelo banco.

A conta é simples, a Caixa está próxima de seu limite de empréstimo dentro das regras impostas pelo acordo de Basileia, que servem para estabelecer margem de risco em operações bancárias. Para ampliar as contratações, é necessário que seu capital seja elevado, o que a União não quer fazer.

Então, o banco reduz a oferta de crédito porque está chegando ao limite e não será capitalizada pelo governo.

O que é um equívoco, pois, elevar o capital do banco público para atender demandas da população, ajuda no processo econômico do país.

Na análise do coordenador do núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP, João da Rocha Lima Júnior, a medida de redução do limite para financiamento, no caso dos imóveis do segmento popular, pode excluir consumidores do mercado.

“Nas rendas mais altas, a capacidade de poupança das famílias é mais maleável. Na baixa renda, é extremamente reduzida ou nula. Se diminui o limite de financiamento, terá efeito expressivo”, diz Lima Júnior.

Resumindo, quem compra imóvel popular raspa o cofrinho, enquanto aquele com renda melhor tem reserva de poupança. A população de menor renda será prejudicada. O governo Temer não tem a preocupação de amparar os pobres e fortalecer a Caixa.

Mudanças – nos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), para o programa Minha Casa Minha Vida e linhas pró-cotistas e dos Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (CCFGTS), se reduziu o limite de financiamento de 90% para 80% do valor do imóvel de unidades novas, e de 70% para 60% nos usados.

Nos financiamentos regulados pela tabela Price, o limite para imóvel usado baixou de 70% para 60% na linha pró-cotista e Minha Casa Minha Vida, e de 80% para 70% no CCFGTS.

Mercado – no primeiro trimestre de 2017, o saldo da carteira de crédito habitacional da Caixa totalizou R$ 412,9 bilhões, dos quais R$ 211,3 bilhões com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), R$ 200,8 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e R$ 700 milhões com outras fontes.

A Caixa permanece na liderança desse mercado, com 67,5% de participação no final de março. Apenas no ano passado, foram contratados R$ 81,8 bilhões, sendo R$ 62,9 bilhões com verbas do FGTS. Resta saber quais serão os próximos passos dos bancos privados, que estão de olho neste mercado.

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