Da Contraf-CUT

Depois de negarem tudo na negociação passada, banqueiros foram obrigados a voltar atrás em relação à discussão de segurança e ao combate ao assédio moral. Bancários de todo o País fazem Dia Nacional de Luta em 4 de setembro, antes da próxima negociação, em que Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) comprometeu-se a apresentar proposta econômica

A pressão dos bancários começa a fazer a diferença na mesa de negociação da Fenaban. Depois de dizerem não para todas as propostas dos bancários na reunião passada, em 29 de agosto admitiram, depois de muita pressão, começar a discutir melhora na segurança e o combate ao assédio moral em mesas específicas.
“Os representantes dos banqueiros nunca quiseram discutir esses temas, sempre disseram que eram questões técnicas e, no máximo, aceitariam sugestões. Mas a pressão dos bancários em todo o País fez com que mudassem de postura” – afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vagner Freitas. “Mas precisamos aumentar ainda mais a pressão para arrancar uma proposta decente, porque banqueiro não dá nada de graça.”

• Segurança e assédio moral

Em protesto contra a falta de segurança, os representantes dos bancários foram para a negociação todos de preto, em luto por causa da bancária assassinada em uma agência do Sudameris, em São Paulo, na semana passada. Como o tema vem adquirindo proporções assustadoras, a Fenaban voltou atrás e resolveu aceitar negociação em mesa específica que será constituída.
Depois de ser desafiado na semana passada a apresentar dados técnicos sobre assédio moral, o Comando Nacional também entregou, na reunião, pesquisa nacional feita com milhares de bancários que demonstra que mais de 40% relataram que foram vítimas de atitudes negativas no local de trabalho e boa parte já foi exposta a situações de assédio, além de documento com reflexões sobre o tema.
A Fenaban também teve de voltar atrás e aceitar a criação de uma mesa temática. Apenas “tucanaram”, chamando o combate ao assédio moral de “prevenção coletiva de conflitos no local de trabalho”.

• Proposta de reajuste e PLR

Na negociação, não houve nenhum avanço em relação ao aumento real de salário e sobre a melhora na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Apesar de sua lucratividade recorde, os bancos negam aumento real. Sobre PLR, não querem avançar nada na proposta feita pelos bancários, que é de um salário mais R$ 1.500, mais 5% do lucro líquido divididos de maneira linear para todos os funcionários. “Os banqueiros têm a cara-de-pau de não propor nada. Para mudar essa postura, temos de nos mobilizar cada vez mais e fazer diversas atividades para ‘convencê-los’ ” – disse o secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

• Dia Nacional de Luta

O Comando Nacional indicou para 4 de setembro, segunda-feira, que os sindicatos façam atividades por todo País no Dia Nacional de Luta.
Esse dia antecede a provável data da próxima negociação, 5 de setembro, em que a Fenaban comprometeu-se a apresentar proposta econômica. “Temos de fazer uma grande manifestação para convencê-los a apresentar uma proposta decente” – conclui Vagner.

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