Os empregados da Caixa receberam, no último dia 30, a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). E foi uma grande decepção. Culpa da direção do banco, que errou grosseiramente a projeção do lucro.

Na primeira parcela, paga em outubro do ano passado, foram creditados, a título de regra básica, 54% do salário mais fixo de R$ 1.310,12, limitado a R$ 7.028,15, além da regra do adicional que previa 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016 dividido igualmente entre os trabalhadores, com teto de R$ 2.183,53, e  da PLR Social, que corresponde a 4% do lucro líquido do banco, distribuído entre todos os trabalhadores.

O valor total a ser pago como PLR aos empregados da Caixa é de até 19% do lucro líquido (teto de 12,8% da regra básica mais 2,2% da regra adicional mais 4% da PLR Social). Como a Caixa projetou um lucro muito maior do que o apurado, o valor pago na primeira parcela praticamente atingiu os 19%.

O cálculo da PLR foi feito com base em um lucro líquido de R$ 7,1 bilhões. No entanto, o lucro foi cerca de 40% menor. “Se um empregado compromete-se com certo resultado na GDP e alcança 60% de sua projeção, são previstas consequências. E com a administração da Caixa que errou de forma grotesca, o que deve acontecer?”, indignou-se o diretor da APCEF/SP Leonardo Quadros. "O que parece é que o resultado da empresa foi projetado por um adivinho", completou.

Por que há empregados que receberam mais de R$ 4 mil e outros apenas R$ 200? – Como o acordo garante o pagamento mínimo de uma remuneração-base a todos os empregados, aqueles que têm salários maiores receberam, na segunda parcela, o complemento para, na soma das duas parcelas, alcançar uma remuneração-base, independente do limite de 19% do lucro distribuído a título de PLR.

Para os salários menores, como o lucro projetado pela Caixa foi muito maior, o valor pago na primeira parcela já havia ultrapassado uma remuneração-base. Nesses casos, sobrou muito pouco para receber agora.

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