Fonte: Fenae com Contraf-CUT e Dieese

De janeiro a outubro de 2016, os bancos brasileiros fecharam 10.009 postos de trabalho no país. Esse número supera o total de postos de trabalho bancário fechados em 2015 (9.886) e representa um aumento de 58,4% em relação ao número de postos fechados no mesmo período em 2015, quando foram extintos 6.319 postos. A Caixa Econômica Federal foi responsável pelo corte de 1.992 postos de trabalho (21,5%).

Esses dados estão na última pesquisa do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego), números que comprovam que as demissões nos bancos foram elevadas. Na análise por Setor de Atividade Econômica, o recorte revela que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 7.302 postos de trabalho (78,9% do total de postos fechados). Nessa categoria, só a Caixa reduziu em 21,5% seu número de pessoal.

São Paulo foi o estado onde ocorreram mais cortes (menos 4.688 postos, 46,8% do total de postos fechados), seguido pelo Rio de Janeiro, que fechou 1.595 postos (16,0%), o Paraná, com 715 postos extintos (7,1%) e Minas Gerais (menos 625 postos ou 6,2% do total). Apenas três estados registraram saldo positivo no emprego bancário, com destaque para o Pará, com 104 postos abertos.

Segundo o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, os bancos estão efetivamente trocando seus empregados que tem mais tempo de casa, os mais velhos, por jovens que têm mais familiaridade com os avanços da tecnologia. “Deixaram de investir na formação das pessoas e preferem buscar no mercado quem já venha atualizado para o emprego. Ao mesmo tempo reduzem despesas, pois os mais velhos acumulam maiores salários, e se preparam para as profundas transformações que o sistema financeiro está vivendo. Estamos no limiar de um novo banco. Mais digital e mais desumano. Não acredito que seja isso que os bancos prometem aos empregados quando estes iniciam suas carreiras. Isto não é correto”, constatou.

De acordo com o dirigente, o movimento sindical não é contra a tecnologia, ao contrário. “É contra os abusos e a exclusão que o mal uso da tecnologia pode trazer para os trabalhadores. Por essa razão na Convenção Coletiva de Trabalho 2016/2018 conquistamos a cláusula 62 que cria um grupo de trabalho bipartite para discussão de critérios para a constituição de centros de requalificação e de realocação de empregados, com o objetivo de proteger trabalhadores ameaçados pelas rápidas mudanças no nosso mundo do trabalho”, ressaltou Roberto.
 

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