Uma transformação de vida, as experiências na linha de frente da Caixa e o importante trabalho das ONGs. As palestras dos empregados da Caixa impressionaram o público presente nos dois dias do Inspira Fenae 2022. Foram quatro conversas inspiradoras. Beto Moschkovich, o Betão, da Apcef/SC, contou como o curso de cerveja da Rede do Conhecimento ajudou a aperfeiçoar suas técnicas na fabricação da bebida. Da Bahia, Antônio Vicente Pereira Neto apresentou sua experiência nas ações de responsabilidade social e solidariedade nos mais de 40 anos de Caixa. Encerando a conversa do sábado, Ivan Nerris de São Paulo, empregado da Caixa desde 2001 e Valbert Oliveira Lopes, há 16 anos na Caixa, dividiram o palco. Os trabalhadores atuaram na linha de frente da Caixa durante a pandemia e contaram um pouco de suas experiências.  
 
Lançamento do Livro Somos

Lançado no palco do Inspira Fenae 2022, o livro conta a experiência dos empregados da Caixa durante a pandemia, no pagamento do Auxílio Emergencial. Os trabalhadores relatam o que viram, ouviram e viveram durante o atendimento à população. O prefácio do livro é escrito pelo presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “Esse livro traz essa coletânea de histórias de empregados da Caixa da ativa e aposentados. Convido todos a leres, compartilharem com os amigos a ajudarem a perpetuar essa nossa história. Afinal, nós somos a Caixa”, convidou o presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros 

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Confira o que cada empregado apresentou do palco do Inspira: 

TED Betao.JPG Beto Moschkovich (Betão) (SC) – Começou a produzir cerveja em 2014. Perto de se aposentar, em 2017, começou a planejar o que faria durante o tempo livre. Ele já tinha uma experiência em fabricação de cerveja com extrato lupulado, mas disse que os colegas da Apcef/SC, produtores da bebida, consideravam a técnica “para inexperientes”. Então ele quis mudar. Em 2019, fez um curso na Rede do Conhecimento e se aperfeiçoou – passou a fazer cerveja no seu próprio fogão. A bebida fez sucesso entre os colegas durante a o Baile do Chope da Apcef/SC. 
 
“Em 2019, entrando na página da Fenae, eu vi que a Rede do Conhecimento havia lançado um curso sobre como fazer cerveja em casa. Fiz o curso online e ele me abriu o horizonte porque mostrou que eu podia fazer cerveja no meu fogão, na minha cozinha, sem muita parafernália.”

“A Rede do conhecimento pode me propiciar isso. E no baile de chope da Apcef/SC, em 2019, eu pude eu pude levar a cerveja que eu fazia no meu fogão e as pessoas adoraram” 
 
TED Antonio Vicente.JPGAntonio Vicente Pereira Neto (BA) – O baiano ingressou na Caixa em 1982 e se aposentou em 2017. Ao longo dessa trajetória, e mesmo depois de aposentado, continuou atuante nas ações de solidariedade da Fenae e da Apcef/BA. Sua mais recente experiência foi durante as fortes chuvas que atingiram o extremo sul do estado no final de 2021 e início deste ano. 

“Para nós, economiários, solidariedade é uma grande rede que fazemos acontecer a esperança nas pessoas que necessitam, em seus momentos de traumas mais profundos.”

“É impressionante o poder que nós, economiários, temos em ajudar os desamparados nas tragédias. Essa união é inspiradora. Há 40 anos, ser economiário me inspira bastante, mesmo depois de aposentado” 

“Sinto orgulho em fazer parte da família Apcef e da Fenae, principalmente em amparar as 218 famílias do extremo sul da Bahia. Isso se traduz em esperança, dar significado à história a de alguém que perdeu tudo.” 

TED Valbert.JPGValbert Lopes (BA) – Com 39 anos, o bancário é Bacharel em Turismo, pós-graduado em administração e em gestão bancária.  É empregado da Caixa há 16 anos, desses, 12 anos como gestor, em diversas áreas.  Casado e pai de dois filhos, é corredor amador e já participou de diversas competições amadoras, inclusive pela Fenae. Tem gosto pela escrita e já publicou ensaios profissionais e poesias, tendo sido publicado na 3ª antologia poética dos bancários. 
 
“E aí, quando você chega na agência da Caixa, ele percebe ali aquela fila. E aí, naquela fila, ele veio aguardando. A prazo é atendido em busca de um auxílio emergencial. Um grande empresário, que outrora era um grande cliente, estava naquela fila.”  
 
“Ele via grandes investidores que estavam ali na mesa dele como grandes investidores, pessoas reconhecidas no município onde trabalhava. Estavam ali, naquela fila, querendo unicamente uma resposta positiva sobre se tinha algum valor para receber ou não de auxílio.”  

“Imaginem só chega uma pessoa que uma mãe de família, como já atendi muitas vezes e buscando um valor de auxílio e descobre que o valor dela seria dobrado. Ou aquele trabalhador que veio em busca do auxílio muitas vezes não era contemplado, mas a gente conseguiria ver que ele tinha um valor de PIS e FGTS de alguma outra coisa ali. E aí essa pessoa fazia todo esse percurso para chegar no trabalho. Esse cara sou eu.”  
 
TED Ivan.JPGIvan Nerris (SP) – Empregado da Caixa desde 2001 ao ingressar na Caixa ficou lotado na agência Guaianazes na periferia de São Paulo. Andou por diversas agências até voltar para Guaianazes. Foi dirigente da Apcef/SP por três mandatos antes de ter ido residir e trabalhar em Recife. Nerris retornou a São Paulo e também à Associação junto com a atual direção.  Paralelamente ao seu trabalho na Caixa exerce sua carreira artística como ator e diretor de teatro e poeta. 
 
“O que nos une? Eu acho que o que nos une, essencialmente, é a capacidade de nos enxergarmos no outro, de identificarmos que o outro também somos nós, mais do que como espécie”. 
 
“Eu fiz a consulta e verifiquei que ela não tinha nada para receber. Ela me disse que estava com muita fome. Eu fui até o nosso armário de docinhos, peguei uma paçoquinha, entreguei para ela. Ela abriu a paçoquinha, comeu, fechou os olhos. Ela me disse: Essa paçoquinha me deu força para ir a pé até minha casa. Naquele momento, eu percebi o quanto somos frágeis, o quanto realmente a dor do outro pode nos trespassar, porque a dor dela me trespassou.” 
 
“Eu acho que essa capacidade é o que nos dá força para aprendermos com essa pandemia que nós podemos enquanto espécie, construir uma sociedade melhor, uma sociedade diferente.”

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