Um verdadeiro presente para nós!

A África é um continente tão grande e rico em cultura que seus costumes têm influência até hoje nos nossos hábitos alimentares. Reis e rainhas em suas terras natais foram trazidos para o Brasil na condição de pessoas escravizadas e a comida feita aqui teve um papel superimportante, inclusive na libertação de homens e parentes. As mulheres vendiam seus tabuleiros de comida pelas ruas e, com o dinheiro, pagavam pela liberdade dos seus familiares.

Os primeiros experimentos alimentares, o processo de fermentação dos alimentos, o preparo do café, entre outros, foram criados pelos africanos.

As mulheres negras foram as primeiras cozinheiras desta terra sob a colonização portuguesa. Eram elas que preparavam as comidas das casas grandes e das senzalas trazendo não só o jeito de preparar a comida, os guisados e ensopados como também alimentos tipicamente africanos para o Brasil, como quiabo, inhame, maxixe, óleo de dendê, entre outros.

As especiarias tomaram conta dos nossos pratos, as mulheres africanas chamadas de ganhadeiras vendiam quitutes para as patroas e podiam ficar com um pouco do valor do que vendiam.

Seus tabuleiros eram repletos de mingaus, peixes fritos, bolos, acarajés e cocadas. Elas saiam para vender pelas ruas das cidades e, com a venda dos alimentos, compravam a liberdade dos companheiros, filhos e outros parentes.

Você já parou para pensar na origem de certos pratos brasileiros? Muitas receitas que parecem tipicamente brasileiras receberam influência direta da culinária africana. É o caso da rabada, feijoada, galinha com quiabo, acarajé, canja, pirão, angu e canjica.

Veja o tamanho da similaridade de certos pratos africanos com suas versões abrasileiradas:

– O azeite de dendê é uma adaptação do azeite de palma africano.

– A rabada, prato típico da África do Sul, tem temperos diferentes da versão brasileira, como cravo da índia e alcaparras.

– A canja de galinha da Guiné-Bissau leva tomate e hortelã. A brasileira, não.

– O baião de dois foi inspirado no Waakye do Gana e é preparado com caldo de camarão e tomate, além do arroz e feijão, bem diferente da versão final que temos por aqui.

– A muamba africana, feita na Angola, leva molho de dendê para encorpar o frango com quiabo.

– Sabe a carne ensopada de panela que você conhece na receita da sua família? Tem inspiração direta com o cozidão, um preparo que leva cenoura, batata, abóbora e carne, feito em várias regiões da África.

– Sobre a amada feijoada, foi uma invenção africana feita em terras brasileiras e surgiu de um preparo com os restos de comida da casa grande que não serviam aos patrões.

– O acarajé é um parente distante do falafel dos árabes. Esse delicioso bolinho de feijão fradinho tem nomes diferentes em cada região do continente: kosai no norte da Nigéria, koose em Gana e akara em outros lugares.

– O cuscuz marroquino é feito do trigo, enquanto o cuscuz consumido no Nordeste é derivado do floco de milho. Mas existem lá suas semelhanças no modo de servir e nos acompanhamentos.

Atendimento nutricional – Tem interesse em um acompanhamento para uma alimentação mais saudável? Os atendimentos são presenciais ou on-line, às segundas e terças-feiras. Agende pelo (11) 94558-0253 (WhatsApp) ou atendimentonutricional@apcefsp.org.br.

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