A APCEF/SP encaminhou, em 18 de janeiro, ofício à direção da Caixa solicitando reunião urgente com a representação dos empregados – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) – para debater as conseqüências da implementação do chamado modelo de Gestão de Relacionamento com Clientes (GRC).
Coordenada pelo vice-presidente de Segmento e Distribuição da Caixa (Vised), João Carlos Garcia, e pelo diretor executivo, Antônio Limone, a GRC foi implementada, às pressas, no início do ano, resultando na operacionalização de um modelo inacabado e que sequer foi debatido com os representantes dos empregados.
Desde então, a APCEF/SP vem recebendo inúmeros telefonemas e e-mails de empregados insatisfeitos e temerosos com a política imposta pela direção da Caixa. “A GRC apresenta diversas contradições e não é clara quanto aos seus critérios. A conseqüência disso é um clima de total desconforto e insegurança nas unidades” – comentou a diretora-presidente da Associação, Fabiana Matheus.
No ofício enviado à direção da Caixa, a APCEF/SP destaca algumas das contradições contidas no modelo, como a informação divulgada pela empresa de que as agências – as quais não tivessem carteiras adequadas ao exigido na GRC – perderiam gestores.
O documento enfatiza o recuo do banco nesta questão, o qual determinou, logo em seguida à primeira informação, que onde não existissem as carteiras compatíveis, estas deveriam ser fruto de um plano de negócios. Ainda de acordo com a direção da Caixa, uma avaliação aconteceria a cada seis meses nas unidades e, se não fosse atingido o patamar estabelecido, o gestor perderia a função.
“O que está acontecendo nas unidades em nada condiz com os ‘critérios’ citados. Informações dão conta de que muitos gerentes já estão sendo destituídos antecipadamente” – comentou Fabiana Matheus.
E as contradições não param por aí. No fim do ano passsado, a própria direção da Caixa afirmou que teria o quantitativo do quadro de gerentes de relacionamento aumentado, o que não ocorreu.
“Temos informações de que empregados ‘ameaçados’ pelos critérios do modelo da GRC estariam procurando, desesperadamente, emprego dentro da própria Caixa para evitar destituições de função” – relata um dos trechos do ofício da APCEF/SP.
“A atitude da Caixa, ao implementar a GRC, demonstra a falta de respeito com empregados e clientes. Esses últimos tiveram, inclusive, o atendimento ainda mais prejudicado, já que o projeto do banco visa a introduzir uma sistemática de segmentação de negócios, não fazendo referência, em nenhum momento, à parte de atendimento da área social como FGTS, PIS, seguro-desemprego…” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP.
“Queremos urgência na revisão do modelo GRC implantado. Esperamos que a direção do banco seja sensível o bastante para agendar uma reunião o mais breve possível” – finalizou Fabiana Matheus.

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