O mês do Setembro Amarelo é o da valorização da vida, quando toda a sociedade civil brasileira se mobiliza em torno de uma campanha nacional por ações de prevenção ao suicídio, ao mesmo tempo que difunde a ideia de desmistificar alguns equívocos relacionados à problemática. Nesse período, por atuar na construção de uma sociedade justa, igualitária, democrática e sustentável, com defesa dos bancos públicos e do bem-estar das trabalhadoras e dos trabalhadores, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) faz o alerta de que o transtorno mental é um mal que afeta cada vez mais a categoria bancária no Brasil, tendo relação direta com depressão, ansiedade, estresse, síndrome de burnout e síndrome de pânico.  

Sob o governo do então presidente Jair Bolsonaro, de memória repulsiva, pesquisas realizadas pela Fenae sobre a saúde das empregadas e dos empregados da Caixa demonstraram o nexo causal entre os métodos de gestão do banco e o adoecimento da categoria, situação provocada por metas abusivas, cobranças por resultado, assédio moral e sexual e sobrecarga de trabalho, aliadas a incertezas em reestruturações feitas sem o mínimo de planejamento. É simples assim: o método assediador da então gestão no banco público foi, sem dúvida, o maior fator de doença mental das trabalhadoras e dos trabalhadores.

No Brasil, o fenômeno resultante de adoecimentos mentais é alarmante e afeta indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. O país é o oitavo com maior índice de suicídios no mundo, segundo ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS), a ponto de, desde 1980, ter o registro de aumento de 60% na taxa dessa doença, com tendência desses números serem ainda maiores, por conta das subnotificações dos casos.

Pesquisa da Fenae apontou que apenas na Caixa, em 2022, 57,1% dos empregados apresentaram problemas de saúde associados à atividade laboral. No banco público, os afastamentos motivados por doenças mentais são mais expressivos do que em toda a categoria bancária, representando 75,4% do total registrado no ano anterior.

Ainda na Caixa, seis em cada 10 empregados já sofreram assédio moral e quase 70% já presenciaram esta prática nociva no ambiente de trabalho. A situação é grave e preocupa cada vez mais, dado que as muitas denúncias Brasil afora ligam as condutas abusivas, a sobrecarga de trabalho, a pressão por metas e os casos humilhantes e constrangedores nas unidades do banco diretamente ao assédio moral e sexual.

Diante dessas práticas repulsivas, na Caixa e no Brasil, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, esclarece: “O combate a esse modelo de administração que adoece as trabalhadoras e os trabalhadores faz parte da luta da Fenae por condições decentes de trabalho. Sabemos que a cobrança por metas abusivas ainda é um ponto crítico no banco, causando o adoecimento psicológico das empregadas e dos empregados”.

O presidente da Fenae defende a implantação de uma política séria de saúde da empregada e do empregado, com ênfase para a saúde mental. “A Caixa está retomando a operacionalização e a participação em políticas públicas e sociais importantes do Estado brasileiro. O desenvolvimento do país passa pelo banco público e pelo esforço de suas empregadas e de seus empregados. Por isso, é preciso defender um ambiente laboral seguro para as trabalhadoras e para os trabalhadores”, reitera.

Eis como surgiu o tal Setembro Amarelo  

Por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina, Setembro Amarelo é a campanha brasileira que marca o mês dedicado à prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. A data de 10 de setembro foi escolhida como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio desde 2003, com o propósito de chamar a atenção de governos e da sociedade civil para a importância do assunto.

No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e sua ocorrência tem aumentado muito entre os jovens. Números oficiais revelam que 32 brasileiros tiram a própria vida por dia em média, causando mais mortes que a AIDS e a maioria dos tipos de câncer. Relatório da OMS de 2014 aponta que o Brasil está na oitava posição entre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Correia do Sul e Paquistão.

No caso da Caixa, transtornos psicológicos e emocionais são os mais comuns entre as empregadas e os empregados. No banco público, aliás, há o registro de aumento no número de casos de depressão, o que vem gerando situações de suicídios cada vez mais alarmantes. Face a esse drama, ganha importância a divulgação do Setembro Amarelo, que se soma à campanha nacional em defesa da saúde da trabalhadora e do trabalhador, além de defesa do plano Saúde Caixa para todas e para todos.  

 

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