A alegria das crianças da comunidade Brandura ao virem, muitas pela primeira vez, uma torneira jorrando água farta e limpa, dá a medida da emoção que marcou as inaugurações no município de Belágua (MA), no último sábado (29).  “Para mim e acredito que para toda a comunidade de Brandura, foi um avanço muito grande, antes era sofrimento, tirando água de cacimba, sem certeza se a água prestava, agora não, tá ali, a bomba jorrando pra gente, para gente tomar banho, lavar roupas, que bom que o Movimento Solidário veio aqui, ouviu nossas necessidades, e deu pra gente essa possibilidade que muda tudo aqui” resumiu Maria de Lourdes Morais da Silva, líder comunitária do povoado.

Para o presidente da Fenae, Jair Ferreira, ver o comprometimento e organização das comunidades atendidas em Belagua só mostra que o Movimento Solidário está no caminho certo ao fazer um programa que privilegia a ação contra a fome a partir dos anseios das comunidades carentes.

“Nós não podemos nunca nos contentar com ideia de que a pobreza é normal, não é, e num país como o Brasil, as pessoas passarem fome é inaceitável, devemos nos indignar sempre, a fome é um dos maiores crimes contra a humanidade. E ver essas pessoas comprometidas a mudar a sua realidade a partir de coisas que parecem tão normais para nós, como uma torneira jorrando água, é muito gratificante e mostra como é possível”, afirmou, ao salientar ainda a participação da prefeitura e do governo do Estado que incluiu o município no programa Mais IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

A associada à Apcef Maranhão e doadora do Movimento Solidário, Eurídice Rebelo, da Apcef Maranhão, acompanhou as inaugurações e ressaltou a possibilidade de as comunidades decidirem o que mais precisam. “A gente ajuda respeitando o que as famílias precisam”, afirmou.

Na comunidade Cabeceira da Prata, a opção das famílias foi a construção de um tanque de peixes com capacidade para 2500 tilápias. “Quando vimos Belágua pela primeira vez e vemos agora, nos enche de esperança e felicidade, muita honra de ver quanta transformação já pudemos proporcionar e ver como as comunidades abraçam os projetos” afirmou Giselle Menezes, presidente da Apcef Maranhão.

Ambas as ações atendem demandas apresentadas pelas próprias comunidades, que por anos conviveram com escassez de água e de alimentos. O diretor do Instituto Fenae, David Borges, esclarece que os resultados positivos em Belágua são a prova de que há a acumulação de experiência em planejamento e execução dos projetos, havendo a garantia de que os recursos são bem aplicados e geram impactos na economia local.

Tanto em Brandura quanto em Cabeceira da Prata, toda a programação foi acompanhada por Jair Pedro Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e contaram com a participação de representantes das Apcefs do Maranhão, Piauí, Pará, Roraima e Espírito Santo, além de autoridades locais. 

As entregas das duas obras completam um total de 42 projetos implantados em Belágua em quatro anos. As doações, apesar de feitas a distância, beneficiam concreta e diretamente 1.800 pessoas de 27 comunidades. As ações têm transformado muito a realidade local desde 2015, quando o Movimento Solidário chegou ao município maranhense, com pouco mais de sete mil habitantes e marcado por um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Os atuais índices econômicos e sociais, cada vez mais promissores, são comemorados por Denise Alencar, analista de Responsabilidade Social do Instituto Fenae e coordenadora do Movimento Solidário. “Hoje ficamos muito satisfeitos em dizer que a mortalidade materna e infantil foi zerada. E as doações dos empregados da Caixa vêm fazendo toda a diferença nesta conquista”, salienta.

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