Edição: 18
A anunciada elevação da taxa do financiamento imobiliário pela Caixa apresenta ao menos dois impactos. O primeiro é a carga de simbolismo, especialmente por se tratar de início de governo, alçada às manchetes de jornais: imóvel financiado custa mais! A medida poupa imóveis do Minha Casa, Minha Vida e financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mas símbolo é símbolo, e se resume à Caixa cobrar taxas maiores. O segundo é o custo. A cada ponto porcentual de acréscimo na taxa anual, o valor financiado se eleva em 13 pontos. A prestação inicial sofre acréscimo variados, mas nada desprezíveis.

Festa financeira

Para analistas de mercado, a exclusão da palavra “parcimônia” de informe do Comitê de Política Monetária relativamente à reunião de 21 de janeiro significa ritmo de elevação acentuada. Taxa de juros com toda força, como se 12,25% ante inflação próxima de 6,5% fosse pouco. Tendo por referência a taxa em determinada data e o IPCA acumulado nos doze meses seguintes, registra-se menor ganho real em dezembro de 2012, quando a SELIC ficou em 7,25% e a real em 1,26%. Chiadeira geral de rentistas. Desde então, o ganho engorda. Para 2015, mantida a expectativa de inflação de 6,67%, o juro real brasileiro – segundo maior do mundo – alcançará 4,76%.

SELIC e Dívida

A dívida pública mobiliária brasileira totalizava, em novembro de 2014, R$ 2,2 trilhões. Desse total, R$ 2,1 trilhões integravam a dívida interna, dos quais R$ 407,9 bilhões, ou 18,9%, em Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos cuja rentabilidade está indexada à SELIC. Meio ponto de SELIC é dinheirama sem fim. O estoque da dívida em novembro de 2014, valores nominais, havia crescido 2,49% em relação a outubro e 1,53% em relação a dezembro de 2013.

>> Clique aqui para ler estudo do Dieese com o título "Relatório Mensal da
Dívida Pública Federal".

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