Na semana passada, os empregados da Caixa decidiram manter a greve por tempo indeterminado, apesar de os trabalhadores dos bancos privados terem aceito a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Há dois pontos importantes para que essa decisão tenha sido tomada pelos empregados da Caixa: a redução de 23% no valor a ser pago a cada bancário de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a falta de propostas que melhorem as condições de trabalho no banco.
Em relação à participação nos lucros, tendo em vista que este ano o resultado da Caixa tende a ser menor que o do ano passado, o valor total a ser distribuído pela empresa, na regra básica da PLR, ultrapassará o teto previsto de 13% do lucro líquido. Assim, o valor a ser pago a cada bancário da Caixa receberá um redutor de 23% para adequá-lo ao teto.
Queremos, sim, que a Caixa pague a PLR proposta pela Fenaban, mas é preciso que a direção da Caixa proponha algum tipo de compensação por essa perda causada pela redução do lucro líquido.
Nos últimos anos, a Caixa tem desempenhado um papel cada vez mais importante na implantação das políticas sociais propostas pelo governo federal, como o Bolsa-Família e os investimentos em habitação. A Caixa teve um papel importantíssimo também durante a crise financeira: foi o primeiro banco a baixar os juros. E esse tipo de resultado não pode ser medido financeiramente.
Mas nem só de bons resultados vivem os empregados da Caixa. Essa intensificação do papel social piorou ainda mais um problema já crônico: a falta de empregados. Apesar de o banco ter aumentado a proposta de contratações, o número ainda é insuficiente para suprir a demanda de serviço na empresa. Na primeira negociação, a diretoria propôs contratar 2.200 novos trabalhadores, depois aumentou para 3 mil. O ideal é que o número total de bancários na Caixa chegue a 100 mil.
Os trabalhadores da Caixa devem continuar em greve até que a direção do banco apresente uma proposta que os recompense por toda a dedicação que fez com que a empresa cumprisse, de forma competente, seu papel social.
Mesmo que o lucro líquido do banco seja insuficiente para pagar aos empregados a regra básica da PLR, os trabalhadores devem receber algum tipo de compensação por todo seu empenho, seja financeira seja na melhoria das condições de trabalho.

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