As manifestações contra o PL 4.330, mais uma vez, impediram que o projeto fosse votado ontem, 3 de setembro, terça-feira. Trabalhadores ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e representantes de outras centrais sindicais entraram em choque com a segurança da Casa, dentro do plenário da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e com a Polícia Militar em uma das entradas da Câmara.
Cerca de 200 trabalhadores conseguiram entrar no plenário e outros três mil manifestantes cercaram o Congresso Nacional e foram impedidos de entrar no prédio. As polícias militar e legislativa agiram com violência e chegaram a usar cassetete e gás de pimenta. Diante da pressão dos trabalhadores, a Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados cancelou a sessão e adiou mais uma vez a votação do PL 4330, que legaliza a terceirização e precariza o trabalho no Brasil.
De acordo com o presidente da CUT, Vagner Freitas, a truculência da polícia foi injustificável e poderia ter tido consequências graves. “Aqui só tem trabalhador. Não dá para tratar trabalhador como bandido, com chicote, com bofetão, com spray de pimenta”, disse.
Para o diretor-presidente da APCEF, Sérgio Takemoto, a aprovação da PL 4.330 influenciará o processo de contratação de empresas estatais e, certamente a Caixa. “O PL irá precarizar as condições de trabalho e segurança dos trabalhadores”, diz.
A Central Única dos Trabalhadores afirmou que irá continuar com as manifestações na Câmara dos Deputados até ter garantia de que o PL 4.330 não será votado. Ainda não há uma data marcada, mas existe uma possibilidade do PL 4330 ser votado na próxima terça-feira, 10 de setembro.
"É uma vitória dos trabalhadores. Nós impedimos a votação ontem, mas a mobilização continua", afirmou Freitas.
Na avaliação do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) o projeto pretende legalizar, de maneira ampla e irrestrita, a terceirização em todos os processos produtivos, além de desorganizar a estrutura sindical que representa os trabalhadores.
