Após a Dataprev, estatal que processa o pagamento dos benefícios do INSS, anunciar que irá cortar 40% de seus empregados antes de ser privatizada, os Correios poderão tomar rumo semelhante.

De acordo com reportagem desta quarta-feira 15 da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o governo avalia para a venda dos Correios é o que fazer com um contingente de cerca de 40 mil pessoas que possivelmente vão perder o emprego com a privatização da estatal. Segundo a matéria, em conversas reservadas, executivos de empresas privadas relataram que fariam o mesmo serviço com praticamente a metade do quadro atual de 100 mil funcionários.

Bolsonaro não pretende absorver os demitidos para evitar que medida similar tenha que ser adotada em expurgos das estatais vendidas no futuro.

Outro agravante é a dívida de cerca de R$ 3 bilhões do plano de saúde dos funcionários. Uma das opções que Bolsonaro tem considerado é descontar do valor a receber, mas a medida ainda não foi definida. Por conta da complexidade das decisões a serem tomadas, a data prevista para a apresentação do formato final de privatização ficou para o fim de 2021.

Os Correios são um dos principais alvos na esteira de privatizações do governo. “Se pudesse privatizar hoje, privatizaria. Mas não posso prejudicar o servidor dos Correios. É isso”, disse Bolsonaro na semana passada.

“O governo vem utilizando a mesmo tática, enfraquece as empresas, se desfaz dos ativos e fecha postos de trabalho ao mesmo inviabilizando as estatais e modelando a opinião pública”, apontou Edvaldo Rodrigues, diretor da APCEF/SP.

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