Todos os dias, os empregados da Caixa enfrentam uma dura realidade: centenas de clientes (trabalhadores e cidadãos brasileiros) acumulam-se em filas nas agências, nem sempre bem ventiladas, para aguardar atendimento. Faltam empregados nas unidades para dar conta da demanda. Por isso, esforçam-se e dão tudo de si para atendê-los bem. Extrapolam a jornada, sem que recebam a justa remuneração por este trabalho. Muitos adoecem, são afastados, não aguentam a pressão e a sobrecarga. A cobrança aumenta a cada dia, a todo momento. A direção exige, mesmo sem condições dignas e decentes, que o banco cresça e se fortaleça!

E, dessa forma, isso vem acontecendo! Às custas do esforço sem limites de seus trabalhadores, a Caixa Econômica Federal apresenta, ano após ano, lucro recorde e excelente crescimento em diversos segmentos.

Tudo isso justificaria um aumento salarial decente para os responsáveis por esses resultados, certo? Errado.

Em 2012, enquanto os empregados do banco conseguiram um reajuste de 7,5%, os administradores do banco conquistaram 34%.

O Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) e o Ministério da Fazenda reconheceram que os esforços da direção do banco foram grandes e dignos do aumento em seus salários. E os trabalhadores?

“Para nós, que literalmente botamos a mão na massa e somos responsáveis pelos resultados alcançados sobraram só as migalhas do bolo”, indignou-se a diretora da APCEF Ivanilde de Miranda.

Os argumentos apresentados pela direção do banco foram o aumento da rentabilidade sobre o patrimônio líquido nos últimos cinco exercícios. Entre 2010 e 2011, a melhoria nos indicadores deveu-se, especialmente, ao aumento das receitas de crédito e das receitas de prestação de serviços. A empresa ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão em ativos administrados, bem como apresentou acréscimo significativo dos saldos dos créditos comerciais e imobiliários. Os relatórios apresentados para justificar o reajuste destacam ainda o aumento dos saldos das cadernetas de poupança e dos depósitos a prazo. Dão especial ênfase, ainda, à função social da empresa, atrelada à presença da instituição em 100% dos municípios brasileiros e à forte atuação da Caixa como agente fomentador das políticas sociais e de habitação no País.

Mas, será que sem essa mobilização e esse empenho dos empregados, todo esse resultado seria possível?

Será que os empregados merecem continuar trabalhando em agências sem condições adequadas, com poucos funcionários, sem receber hora extra corretamente e sem segurança enquanto os dirigentes do banco recebem 34% de reajuste salarial?

Exigimos que os trabalhadores também tenham seus esforços recompensados, assim como aconteceu com a direção do banco. Sem os empregados, nada disso seria possível. Ou será que os administradores conseguem fazer o banco crescer, conseguem atender os clientes, sem os empregados?

“Na ‘pauta de reivindicações’ encaminhada pela direção da Caixa ao Dest, a diretoria da empresa fundamentou, para sustentar seus argumentos, os expressivos resultados obtidos pela instituição no período e também o fato de que os últimos reajustes aplicados somente repuseram as perdas inflacionárias. Ou seja, a mobilização dos trabalhadores – que mesmo em condições adversas, alcançaram os melhores resultados da história da empresa – garantiu o aumento dos administradores. Agora, é a hora de todos nos mobilizarmos para garantir que conquistemos também as nossas reivindicações nesta Campanha Nacional”, afirmou a diretora da APCEF, Ivanilde de Miranda.

Diretoria Executiva
Gestão Nossa Luta

 

Compartilhe: