Na manhã de terça-feira, 20, dirigentes da APCEF/SP e sindicatos dos bancários estiveram em locais de trabalho na Caixa no Dia Nacional de Mobilização contra as “reformas” propostas pelo governo ilegítimo de Temer.

Em São Paulo, os dirigentes estiveram nas agências do eixo da Avenida Paulista e no prédio da Gipes. Aconteceram atos em São José dos Campos, no ABC e em diversas regiões do estado de São Paulo.

As mobilizações desta terça-feira são parte do Junho de Lutas, mês de mobilizações da classe trabalhadora contra as ameaças e perda de direitos e as “reformas” propostas pelo governo Temer. “O projeto de sociedade deste governo não cabe o bem-estar social, portanto, não inclui a Caixa”, destaca o dirigente da APCEF/SP Renato Perez, quanto ao desmonte promovido pelo governo ao banco público.

Retirada de direitos dos empregados da Caixa –  com a aprovação do texto da “reforma” trabalhista como está, muitos direitos reconhecidos como verba de natureza salarial não serão mais considerados assim. Exceto o salário padrão e a gratificação de função, todo restante das comissões não estão previstas. “Os comissionados que recebem outras verbas não terão esses valores como base de cálculo para fins de contribuição previdenciária, de fundo de garantia e da Funcef”, explica o diretor da APCEF/SP Leonardo dos Santos Quadros, e completa: “Para nós, trabalhadores, este projeto é devastador”.

Alterações na CLT – são mais de 100 alterações na legislação trabalhista. A mídia hegemônica adota discurso palatável para a população que resume a reforma trabalhista em dois aspectos:  o fim da contribuição assistencial e o fim da contribuição sindical. “Estas são causas com um apelo muito grande como forma de denegrir o financiamento e o trabalho dos sindicatos, quando na verdade o principal aspecto desta reforma é que nosso emprego está em risco”, alerta Leonardo.

Saúde Caixa –  a ameaça chega ao plano de saúde. A direção da Caixa insiste em afirmar que o plano de saúde dos seus empregados é inviável e insustentável. Essa narrativa que tenta construir não é verdadeira, o Saúde Caixa é sustentável. Ao que parece, a direção do banco quer reduzir a sua contribuição no plano dos empregados. “A direção da empresa usa como justificativa a necessidade de adequação do capital da empresa devido a marco regulatório (CPC 33), que só faz sentido na perspectiva de privatização da Caixa”, afirma o diretor da APCEF/SP.

Greve geral do dia 28 de abril – há mandado de segurança para que a Caixa não efetuasse o desconto do dia de greve geral ocorrido em 28 de abril em todo país. Na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, a direção da Caixa não cumpriu. Na terça-feira, 20, foi enviado ofício para a Gener citando o crime de desobediência, por não estornar os valores (10% dos salários) e os reflexos na carreira. “A Caixa disse que tem disposição de negociar, mas até agora não apresentou proposta, então vamos cobrar judicialmente essa reversão”, diz Dionísio.

Greve geral em 30 de junho – os bancários devem participar na greve geral marcada para 30 de junho, para isso o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região realizará consultas nos locais de trabalho, por meio de votação em urna, para a aprovação da participação da categoria bancária na Greve Geral.

Conecef – 30 de junho – este ano o Congresso Nacional dos Empregados da Caixa terá um caráter de organizar a luta para resistir aos ataques promovidos pelo governo neoliberal de Temer.

“Na Caixa sofremos estes ataques duplamente, como trabalhadores por perdermos os direitos trabalhistas e previdenciários e, em particular, como empregados de empresa pública, pois sabemos que este governo não está interessado em fazer política pública com a empresa pública”, contextualiza Leonardo.

Para o diretor da APCEF/SP, a redução sistemática da Caixa tem a ver com este cenário. “A gente vê isto traduzido em ataques ao Saúde Caixa e redução de trabalhadores – há previsão de reduzir ainda mais o quadro de empregados -, fechamento de agências e departamentos, retirada de funções e a verticalização que para algumas Superintendências reduzirá drasticamente algumas funções. A campanha deste ano é para fazer a luta e que todos possam participar para barrarmos estes ataques”, diz.

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