O jornal Folha de S. Paulo publicou, nesta terça-feira, 4 de outubro, uma matéria que chocou os empregados da Caixa. A manchete era “Dilma elege o BB para tocar os novos projetos do governo”. No conteúdo, falava-se que a Caixa está sobrecarregada e que o trabalho está sendo considerado “malfeito”.
A Caixa sempre foi o principal agente de políticas públicas do governo, principalmente depois que Lula assumiu o comando do País. Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas – falta de empregados, inexistência de treinamento adequado aos seus trabalhadores -, os funcionários do banco tiram “leite de pedra” para cumprir o papel social do banco.
A impressão que se tem é que a própria direção do banco não quer que a Caixa participe do desenvolvimento e do crescimento do Brasil e nem que enfrente os desafios propostos pelo governo.
Essa situação lembra algo que aconteceu em fevereiro de 2009, quando a direção da Caixa disse, ao presidente Lula, que não conseguiria atingir a meta de financiamento do plano de habitação de imóveis para os trabalhadores de baixa renda do País. Naquela época, já se cogitou a possibilidade de transferir a responsabilidade para uma outra instituição.
A postura da direção da Caixa foi lamentável e muito criticada pelas entidades representativas dos empregados – entre elas a APCEF/SP -, que afirmavam “ser UMA VERGONHA o posicionamento da direção da Caixa diante da negação à proposta do governo”.
O que esperávamos naquele momento – e agora também – era que a Caixa encarasse, e até superasse, o desafio, recebesse investimentos em tecnologia, que mais empregados fossem contratados, que o banco fosse preparado para um futuro de crescimento e investimentos em políticas públicas.
Falávamos isso desde 2007, quando foi criada a campanha “Mais empregados para a Caixa, mais Caixa para o Brasil”, porque acreditamos na capacidade dos trabalhadores brasileiros, dos empregados da Caixa e, ao contrário da direção do banco, NÃO desistimos dessa bandeira.
No entanto, não foi isso que vimos ao longo dos anos. A direção da Caixa investiu, sim, mas foi na ampliação da terceirização de serviços, com a criação dos correspondentes bancários. O que vemos, a cada dia, é o aumento das tarefas dessas “miniagências bancárias”, que cumprem seus trabalhos sem o comprometimento e as exigências impostas a um banco público.
A direção da Caixa deveria ter responsabilidade social, noção do seu dever e compromisso com o País e com o povo brasileiro. Precisa assumir seu papel de banco público, investir no empregado e humanizar o atendimento ao público. Os empregados sempre trabalham pelo desenvolvimento e querem fazer isso com perfeição. Mas, para isso, precisam de condições decentes de trabalho.
É muito importante que o governo reconheça, publicamente, como o fez na matéria da Folha de S. Paulo, a sobrecarga de trabalho existente na Caixa Econômica Federal. Mas não pode esquecer que é “ele”, o governo, o responsável pelo banco.
Estamos em plena campanha salarial, exigindo melhores condições de trabalho e contratação de mais empregados. A direção da Caixa apresentou sua última proposta há mais de 10 dias. O Banco do Brasil não está preparado para assumir as tarefas da Caixa. Seria preciso fazer investimentos em contratações e em treinamento. E é isso que falamos há anos, é isso o que queremos.
A direção da Caixa precisa ter CORAGEM e resolver problemas antigos, denunciados há anos pelos representantes dos trabalhadores, para que o banco continue a cumprir, com eficiência, seu papel social. É imprescindível que o governo ACREDITE e INVISTA neste banco, que é do povo brasileiro!

Diretoria Executiva da APCEF/SP
Gestão Nossa Luta

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